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"Nesses últimos anos, a ressonância magnética veio auxiliar a ultrassonografia em diagnósticos mais complexos, e as imagens em 3D aprimoraram ambos os exames, o que, consequentemente, abriu uma nova porta para a visualização do conteúdo uterino ou ambiente fetal, possibilitando outros caminhos para o diagnóstico das malformações fetais", explica Heron, criador da técnica juntamente com o Laboratório Next, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, e pioneiro no uso da fetoscopia virtual no Brasil.
Na prática, a fetoscopia virtual permite que os médicos naveguem virtualmente em 3D na cavidade amniótica e no interior do feto, como se estivesse enxergando o bebê com uma câmera dentro da barriga. "Hoje já podemos, por exemplo, avaliar melhor massas ou tumores na região cervical do feto, classificando o tumor e vendo seu grau de penetração nas áreas nobres do pescoço fetal. Isso pode ter um grande impacto no manejo do nascimento e na formulação do tratamento pós-natal", revela.
Por meio dessa modalidade, patologias fetais como teratomas e linfangiomas podem ser mais bem avaliadas antes do nascimento. O uso desse exame pode incrementar o ganho na expectativa de vida do bebê. "Até mesmo antes do nascimento, os médicos podem fazer a avaliação do prognóstico dessas patologias e até decidir a abordagem terapêutica ou cirúrgica que realizarão no feto. Tudo isso com base na navegação feita ainda no ambiente uterino.", finaliza Heron.