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A vasotide, substância que interrompe o nascimento de vasos sanguíneos que causam deficiências visuais, é fruto do trabalho da bioquímica Renata Pasqualini, chefe da Divisão de Medicina Molecular da Universidade do Novo México (EUA), e do oncologista Wadih Arap, chefe da Divisão de Hematologia Oncológica da mesma instituição. Eles contaram com o reforço de Ricardo José Giordano, do Departamento de Bioquímica da Universidade de São Paulo, onde o casal de cientistas estudou na década de 1980.
“Em 2010, apresentamos na revista Pnas uma substância que inibe a retinopatia quando aplicada como colírio. Na época, demonstramos que ela se liga aos receptores do fator de crescimento endotelial vascular que estimulam a angiogênese”, conta Giordano, referindo-se à vasotide. O achado rendeu um prêmio de U$S 3 milhões para a continuação do estudo.
A dupla pode testar o medicamento em roedores e macacos. “Os (resultados) fornecem um alto nível de confiança na relevância médica (...) porque antecipamos a reação dos achados terapêuticos em pacientes”, conta Pasqualini. “Estou muito empolgado e feliz de ver que o que fiz há cinco ou seis anos está oferecendo resultados tão bons”, complementa Giordano.
A cientista diz que, se os testes seguintes forem bem-sucedidos, será possível formular variações de vasotide em gotas e até em lentes de contato. Isso, acredita, aposentará as injeções intraoculares usadas no tratamento de DMRI. “São repetitivas, caras, pesadas e desagradáveis para os pacientes”, diz Pasqualini. A substância foi licenciada para a AMP Farmacêutica, que busca financiamento para ensaios clínicos em pacientes humanos.