"Ainda é cedo para saber se está funcionando. Os médicos acreditam que os efeitos positivos poderão ser observados em dois meses", acrescentou Elizalde.
Graciela, que vive na cidade de Monterrey, um polo industrial do norte do México, sofre de uma severa forma de epilepsia conhecida como síndrome de Lennox-Gastaut. Os pais já apelaram para fortes tratamentos - até mesmo uma cirurgia no cérebro - para melhorar as dores da menina, mas nada funcionou até agora para melhorar sua frágil condição.
No mês passado, um juiz concedeu autorização para o uso do canabidiol (CBD), o que provocou objeções do governo do México - afogado numa sangrenta guerra contra o tráfico de drogas.
Finalmente, o ministério da Saúde se comprometeu a ajudar a obter a permissão para importar o remédio produzido pela farmacêutica britânica GW Pharmaceuticals, que continua em fase de testes. "Cabe esclarecer que esta autorização sanitária não significa o aval para o uso da maconha em nenhuma de suas formas", alertou o ministério da Saúde na semana passada.
Em abril, a GW Pharmaceuticals disse que relatórios de pesquisas mostraram que o medicamento levou a uma redução de 54% dos ataques entre 137 crianças e jovens adultos que o tomaram por 12 semanas em 11 hospitais norte-americanos.
O presidente Enrique Peña Nieto, cujo governo mantém uma luta contra cartéis do tráfico de drogas que já matou dezenas de milhares de pessoas em uma décadas, se opõe à descriminalização da maconha no país.
A legalização da maconha, contudo, já é uma realidade que abre caminho em outras partes da América Latina, como Uruguai, que legalizou a produção e venda em 2013, e o Chile, que deu um passo à frente neste sentido em julho deste ano.
Nos Estados Unidos, vizinho do México, mais de 20 estados legalizaram a maconha.