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"Não constatamos isso neste ano. Houve um número de casos importante em alguns Estados do Nordeste e em São Paulo", comenta o diretor da Divisão de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch.
Essa alteração no padrão da epidemia pode estar relacionada ao clima. "Este ano teve vários períodos de chuva, intercalados com calor, algo que favorece a proliferação do mosquito", disse Maierovitch. Os casos registrados durante o inverno também podem ser atribuídos à dimensão da epidemia em 2015. "Como o número de casos era muito alto, leva-se um tempo até chegar a patamares de transmissão próximos de zero."
Além do comportamento atípico, outra preocupação é com o subtipo de vírus da doença atualmente de maior circulação. Em 2015, a epidemia estava associada sobretudo aos vírus 1 e 4. Se o padrão se repetir, há um risco menor de a epidemia ser nas mesmas proporções da que foi registrada este ano, pois o número de pessoas suscetíveis será menor.
A doença é provocada por quatro subtipos de vírus. A infecção por cada subtipo ocorre somente uma vez. Nos próximos dias, deverá ser divulgado um levantamento de infestação pelo mosquito Aedes aegypti.
Vacina
O Instituto Butantã concluiu a fase 2 da pesquisa contra dengue e aguarda sinal verde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e da Comissão de Ética em Pesquisa para iniciar a vacinação de 17 mil voluntários para a fase 3 dos estudos. A expectativa do instituto é de que o aval seja dado nos próximos dois meses. A fase 3 avalia a resposta imunológica e eficácia do produto e deve ser iniciada ainda neste ano.