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A reação dos seguidores reforça o mito que norteia a relação gravidez X atividade física. Ainda, para muita gente, perdura a ideia de que um treino idealizado para uma grávida é o que vai ajudar a futura mamãe a controlar o peso. Mas os benefícios da atividade física, seja qual for, vão além da garantia de uma silhueta elegante ao sair da maternidade. Ainda que seja musculação durante o pré-natal, os exercícios melhoram a flexibilidade da mulher, aumentam a tolerância à dor e aprimoram a musculatura da região do períneo. E também colaboram para reduzir os índices de cesarianas e de prematuridade, de acordo com a médica Adriana Waissman, membro da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Lea-Ann Ellison e Bella Falconi, no entanto, sempre mantiveram uma rotina intensa de treinamentos e apenas reduziram a carga durante o período gestacional sob orientação médica. Quem já inclui em sua rotina idas periódicas à academia, de uma forma geral, pode manter suas atividades, que serão adaptadas ao longo da gestação. E quem leva uma vida sedentária também pode dar início a um plano de exercícios. As opções podem abranger trabalhos aeróbicos, como caminhada, hidroginástica e bicicleta estacionária, além de ginástica localizada especializada, musculação adaptada e exercícios de alongamento e relaxamento.
Antes, porém, deve consultar o obstetra para saber qual o exercício mais apropriado para o seu momento. “Cada mulher tem uma gestação diferente. É preciso analisar cada uma e o obstetra tem de liberar. Ela pode fazer a musculação, que chamamos de exercícios resistidos ou atividade anaeróbica. A partir daí, o profissional da educação física tem de saber quais exercícios ela poderá fazer. Mas ele precisa conhecer a saúde da gestante, as mudanças que ocorrem nesse período e todas as alterações fisiológicas”, afirma Cláudia Heringer, educadora física da Heringer Fitness, especialista em atividade física para gestante.
PRAZER ANTES DE TUDO
Para Heringer, além da indicação do médico, a atividade deve ser prazerosa para a grávida. “Sempre digo que a mulher tem de praticar uma atividade física que lhe dê prazer. Se ela nunca gostou de musculação, não vai fazer só porque está grávida. Vai procurar uma dança, um pilates. Ela já passa por tanto estresse nesta fase que, se for fazer por obrigação, vai fazer mal até para o bebê. Neste período, ela tem de liberar hormônios de alegria.”
A jornalista Marília Cruz, de 36 anos, está no quinto mês de gravidez. Tão logo descobriu a novidade procurou o obstetra para saber qual seria o treino mais indicado, mesmo já mantendo uma rotina de exercícios. “Ele disse que eu podia manter a minha rotina com 30% menos de intensidade. Se eu caminhava uma hora, diminuiria para 45 minutos. E, desde então, é isso que estou fazendo”, conta a futura mamãe, que ainda faz exercícios de equilíbrio e fortalecimento de pernas, braços e costas e de respiração no Instituto Nascer, como preparação para o parto.
A arquiteta Rafaela Cabral de Freitas, de 26, sempre fez exercícios na academia, mas optou por fazer somente ginástica gestacional no instituto, quando soube que está grávida. Ela já está com nove meses e fala dos benefícios da escolha. “Meu médico disse para eu escolher uma atividade que fosse multifuncional, um pilates, uma ioga, alongamento e, se tivesse gosto por hidro, também seria interessante, por causa da circulação. Mas preferi algo mais direcionado. Foi muito bom. Tive oportunidade de fazer atividades voltadas para gestante e que controlaram meu peso, ganhei apenas nove quilos no período.”
De qualquer forma, algumas modalidades são contraindicadas, como exercícios com bola, artes marciais e lutas, atividades que exijam saltos, flexões ou extensões intensas e algumas práticas que exijam equilíbrio.