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O objetivo da campanha é salvar a visão e a vida de centenas de pequenos Brasil afora. Isso porque o retinoblastoma pode causar cegueira e até levar a criança à morte. Além disso, o número de crianças identificadas tardiamente com o problema, quando a doença já está em um estágio avançado, ainda é muito alto no país, cerca de 50%, o que reduz as chances de tratamento e cura do tumor. O que pouca gente sabe é que, se a doença for diagnosticada precocemente, pode ter cura em até 100% dos casos.
"É essencial detectar o quanto antes a doença, não só para que o câncer seja curado, mas também para preservar o olho e a visão da criança”, afirma o oncologista pediátrico e diretor do departamento de oncologia pediátrica do Hospital Santa Marcelina e presidente da TUCCA, Sidnei Epelman.
Teste do olhinho
O incentivo à adoção do teste do olhinho pelos pediatras é outra bandeira da campanha. O exame deve ser realizado periodicamente, uma vez que a doença é mais comum em crianças de 0 a 5 anos. O exame é simples e pode levantar a suspeita da existência do tumor, algo a ser confirmado por um oftalmologista por meio do exame de fundo de olho. Em estágio avançado, o retinoblastoma muitas vezes é revelado em uma simples foto com flash, pois o olho afetado aparece com uma mancha branca, que é o reflexo tumor. Neste estágio, as chances de cura são menores.
Referência
O Departamento de Oncologia Pediátrica do Hospital Santa Marcelina em parceria com a TUCCA tornou-se referência internacional no tratamento do retinoblastoma, que é realizado no Centro de Atenção Integral à Criança com Retinoblastoma, localizado em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo. "Realizamos o atendimento integral das crianças com retinoblastoma, sem qualquer custo ao paciente ou à sua família. Atendemos todas as necessidades em termos de diagnóstico, tratamento e reabilitação", destaca Epelman.
O especialista explica ainda que o objetivo da técnica utilizada para o tratamento das crianças é conseguir salvar o olho do paciente. A quimioterapia intra-arterial (dentro do globo ocular) é feita na artéria oftálmica, onde é utilizado um cateter, que vai da artéria femoral até o olho da criança. A dose de quimioterapia usada é menor que a usada quando se utiliza por via sistêmica. "É um privilégio ter a possibilidade de conseguir não só curar, mas salvar o olho da criança. O tratamento padrão é a enucleação (retirada do olho), mas com a quimioterapia intra-arterial podemos salvar o olho e a visão da criança".
O tratamento que a TUCCA oferece, em parceria com o Hospital Santa Marcelina, é comparado ao oferecido nos Estados Unidos e em algumas cidades da Europa. "Estive no Hospital Santa Marcelina em 2011, quando foi inaugurado o primeiro centro especializado em tratamento do retinoblastoma do Brasil. O nível de tratamento oferecido aqui é altíssimo. O nível equipe de oncologia pediátrica, a tecnologia e a abordagem multidisciplinar são fundamentais para o sucesso no tratamento da doença e é comparado ao que nós vemos, diariamente, nos grandes centros de oncologia pediátrica de Nova York, por exemplo", declara um dos maiores oncologistas pediátricos do mundo, Ira Dunkel, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, durante visita ao Brasil este ano para participar do Simpósio Internacional de Atenção Integral à Criança com Retinoblastoma.
Ação em BH e outras capitais
O Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma promove ação que valoriza o sentido mais afetado pela doença: a visão. Durante dez minutos, no dia 18 de setembro, a Praça da Bandeira será apagada em Belo Horizonte simultaneamente a outros pontos turísticos e monumentos do país como o Teatro Municipal, a Sala São Paulo e o Conjunto Nacional, em São Paulo; o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro; a Torre de TV Digital, em Brasília; Praça da Bandeira, e Ia greja Nossa Senhora dos Remédios, em São Luís do Maranhão.