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Ministradas por instrutores do Senac-RJ, o programa tem carga horária total de 12 horas, divididas em três dias: sexta-feira, sábado e domingo. Segundo o psicólogo Wallace Hetmanek, especializado em geriatria e gerontologia e um dos desenvolvedores do curso, o objetivo é estimular um novo olhar sobre o idoso, fazendo esses profissionais conhecerem possíveis demandas e dificuldades, assim como propiciar uma nova visão especializada para as diversas áreas do prédio, como jardins, piscina, vagas de garagem, escadas, portas e iluminação. “O curso é prático. Foi desenhado e pautado em conteúdos técnicos, baseado em conceitos como o de envelhecimento ativo, traduzidos em atividades práticas e simples de serem executadas no cotidiano dos porteiros com os idosos”, explica o especialista, segundo o qual o programa ainda valoriza a figura desse profissional.
Para se ter uma ideia, uma das vivências propõe aos porteiros usarem óculos que dificultam a visão e pesos nos pés e nas mãos, para sentir as limitações da idade e refletir sobre as dificuldades enfrentadas pelos mais velhos. “Assim sendo, depois do curso, ele tem a sua visão já carinhosa, atenciosa e prestativa atrelada a formas tecnicamente embasadas de seguir no auxílio aos idosos dos edifícios. Ele é instrumentalizado para ampliar a noção de suporte por meio de sua prática profissional”, explica Wallace. Todos os pontos do curso dizem respeito a noções de saúde, em especial à funcionalidade, que se refere exatamente à autonomia dos idosos. “Se os porteiros aprendem a adaptar às áreas comuns do condomínio, isso torna possível a ampliação da independência física, sem a necessidade de uma intervenção médica.”
ALIADOS
Geraldo Pereira da Silva, aluno da terceira turma, colocou os ensinamentos em prática e agradou os moradores do condomínio onde trabalha, nos Funcionários, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Depois do treinamento, propôs à síndica melhorias na iluminação e instalação de corrimão e piso antiderrapante. “Aqui tem muito idoso. É um prédio pequeno, onde converso e ajudo a todos. Muitos vivem sozinhos e sempre nos procuram pra conversar. Também somos aliados da família nos cuidados. Às vezes, o idoso faz coisas que para os filhos que não moram com eles é natural, mas como observamos de perto seu dia a dia podemos notar qualquer necessidade especial e alertar os responsáveis. Muitos moradores têm os porteiros como parceiros, e é a nós que eles recorrem quando precisam de algumas coisas, antes mesmo de chamar um filho ou neto”, explica.
O empresário Agenor Nunes Guerra, de 86 anos, é um dos beneficiados pela formação de Geraldo e também um defensor da humanização dos condomínios. Mesmo com a evolução tecnológica, que oferece soluções, Agenor defende a humanização dos serviços, seja com porteiros, seguranças ou recepcionistas. “A vida em condomínio pode ser uma maravilhosa experiência, a exemplo dos kibutz israelenses, valorizando a propriedade e humanizando a convivência”, acredita. Não fosse o prédio ter um porteiro, um morador não teria tido a mesma assistência. Geraldo lembra, por exemplo, do dia em que um senhor, depois de andar uma grande distância, teve um problema de coluna. “Ele estava do outro lado da rua e percebi que algo não corria bem. Corri até lá e tive a oportunidade de ajudar”, comemora.

PRÓXIMAS TURMAS
De 8 a 10/9
De 13 a 15/10
De 10 a 12/11
Local: Rua dos Aimorés, 487/2º andar, Funcionários
Inscrições: (31) 2552-4712/2552-1137
Curso gratuito
O QUE OS IDOSOS ESPERAM DOS ZELADORES
57% Ser atencioso e paciente/entender e respeitar suas necessidades
47% Carregar e segurar sacolas, malas e bolsas
44% Acompanhá-los até os elevadores/ajudar a entrar e a sair do elevador
37% Ajudá-los a subir e descer escada/oferecer o braço como apoio para eles subirem e descerem escadas
18% Melhorar a acessibilidades no prédioonte: Pesquisa com alunos do programa