Os cientistas chegaram à conclusão após analisar dados referentes a dificuldades para dormir de 255.171 participantes de um grande levantamento feito pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) norte-americano. Também consideraram um índice que classifica as áreas geográficas do país conforme as características naturais e a incidência de raios solares. Segundo Grigsby-Toussaint, a luminosidade interfere no funcionamento do ciclo circadiano, que ajusta o relógio biológico do corpo, controlando, por exemplo, o apetite e o sono.
A tese dos pesquisadores é a de que, além do efeito sobre esse mecanismo natural, ter mais contato com áreas verdes está associado a maior disponibilidade para as atividades físicas, e a prática de exercícios prevê padrões de sono benéficos. A resposta mais comum dos entrevistados foi a de que tinham dormido mal menos de sete dias por mês. “Curiosamente, os indivíduos que relataram ter entre 21 a 29 dias de sono insuficiente foram aqueles que tiveram menor acesso a áreas verdes e amenidades naturais em comparação aos que relataram menos de uma semana de sono ruim”, conta Grigsby-Toussaint.
Para os homens, a relação entre o contato com os espaços naturais e menor problemas para dormir foi ainda mais forte. A líder do estudo acredita que as mulheres sejam menos beneficiadas porque, por motivos de segurança, têm receio de frequentar esses ambientes. Grigsby-Toussaint propõe alternativas: “Nossos resultados fornecem um incentivo para que lares e comunidades com muitos aposentados projetem edifícios com mais iluminação, criem trilhas e espaços de jardim e forneçam áreas ao ar livre seguras que estimulem a atividade física entre os idosos”.