Leia também: Pediatria em BH: poucos hospitais, déficit de profissionais e muitos dramas
Aberto das 7h às 22h, o corpo clínico do pronto-atendimento pediátrico do Hospital Felício Rocho é composto de 46 médicos de diferentes especialidades: alergologia, endocrinologia gastroenterologia, hebiatria, imunologia, infectologia, intensivista, nefrologia, neonatologia, neurologia, nutrologia e pneumologia. De acordo com o diretor de Produção Técnica e Científica do hospital, Francisco de Assis Teixeira Guerra, o atendimento pode se tornar 24 horas. “Desde a inauguração, a demanda é crescente haja vista que há uma carência de pronto atendimento em pediatria em BH. Estender o atendimento é uma possibilidade desde que não se comprometa a excelência no atendimento, que é a nossa prioridade”, afirma. (Veja no final da matéria a lista de convênios atendidos na unidade de saúde).
Uma criança entre 0 e 3 anos tem, em média, de seis a oito doenças virais por ano. Isso faz com que a necessidade de atenção básica de meninos e meninas seja mais frequente que de um adulto. Minas Gerais tem 2.820 pediatras, 1.213 estão concentrados na capital. Se em BH o número se enquadra na recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), quando o cenário é o Estado a situação é grave. “São vários os municípios mineiros que não têm pediatra”, afirma Pitchon.
A presidente da SMP revela, entretanto, um interesse quase 50% maior de médicos pelo título de pediatria. Em 2013, o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRMMG) registrou 62 inscritos. Em 2014, o número passou para 91 e, neste ano, 92 médicos se candidataram ao título.
Rede pública
Recentemente, o jornal Estado de Minas abordou a crise enfrentada pelo Hospital Infantil João Paulo II (HIJP II), antigo Centro Geral de Pediatria (CGP), em Belo Horizonte, com a falta de pediatras para atendimento de urgência na capital mineira (leia matéria completa aqui). A presidente da SMP reforça que a situação é preocupante já que é o HIJP II é o único serviço de pronto-atendimento 24 horas em BH. “Além das mudanças na estrutura física que o hospital precisa, é necessária a admissão de pelo menos 32 pediatras para a unidade de saúde. Banalizar a crise pela falta de pediatra em BH não se sustenta”, observa.
Cultura do pronto-atendimento
O atendimento de urgência é muitas vezes banalizado pelas famílias que procuram o pronto-atendimento para questões que devem ser tratadas em consultório ou nos centros de saúde como situação vacinal da criança, crescimento, dúvidas em relação à alimentação ou desempenho escolar. Raquel Pitchon reforça a necessidade em se combater a “cultura do pronto atendimento”. “A consulta no PA é rápida, voltada para a queixa principal. O que se refere ao controle do desenvolvimento da criança não deve ser tratado no atendimento de urgência”, diz.
No entanto, a presidente da SMP reconhece que a crise na pediatria dificulta o agendamento ambulatorial e sobrecarrega outros serviços. “Muitas vezes a mãe chega ao centro de saúde e não encontra pediatra. Recorre à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) e também não consegue. Vai então a um hospital de referência, que fica sobrecarregado”, explicou Pitchon ao Estado de Minas.
O Pronto-atendimento pediátrico do Hospital Felício Rocho funciona de 7h às 22h na Rua Timbiras, 3585, Barro Preto, em Belo Horizonte.
Convênios atendidos:
ABEB (Arcelormittal)
ABET
Agros
Amil
AMMP SAÚDE (Associação Mineira de Assistência a Saúde dos Membros do Ministério Público)
Bacen (Banco Central do Brasil)
Bradesco Seguros
Cemig Saúde
Copass (Copasa)
FUNDAFFEMG
FUSEx
Marítima
Mediservice
Petrobrás Disbel
Plan Assiste - Procuradoria da República
Plan Assiste - Procuradoria Regional do Trabalho
Saúde Caixa
Saúde Sistema
SulAmérica
Usisaúde (Usiminas)
Vale/Pasa