Eles são manhosos até mesmo na hora de comer. A relação entre gatos e comida costuma ser complexa. “Os felinos são mais seletivos do que os cães, buscando sempre comer alimentos mais frescos, de paladar e odor agradáveis”, explica o veterinário Emanuel Quintela. Mas o comportamento varia de acordo com a personalidade de cada animal. “Gatos geralmente são mais organizados. Não gostam de comida velha e não comem qualquer coisa. Mas ainda existem alguns felinos que não se importam com isso”, explica a médica veterinária Ana Catarina Valle.
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Nora tem 7kg e se alimenta apenas de ração e atum ao natural em ocasiões especiais. “O peixe é oferecido como prêmio às vezes”, explica Ana Carolina. A jovem afirma que nunca teve problemas para alimentar os animais. O único procedimento é trocar a ração e água pelo menos duas vezes por dia. “Eu deixo a comida a vontade o dia inteiro”, explica.
Na hora de escolher a ração, ela optou por um alimento sem conservantes e com elementos de origem animal. Ana Carolina afirma que nem quando os gatos ficam doentes param de comer. “Assim que eles escutam o barulho, vêm correndo. Preferem a comida com o cheirinho do plástico”, detalha.
Além dos cinco gatos, na casa também moram três cães da raça shih-tzu, dois rottweilers e um cachorro da raça fila brasileiro.
Gatos são animais carnívoros. “Eles gostam de comidas mais gordurosas, com mais sabor. O teor proteico é maior para os felinos do que para cães”, explica a veterinária. Por isso, não é possível oferecer apenas vegetais. “Eles não são onívoros. Tudo que os gatos precisam, eles tiram da proteína. Não tem como mudar os hábitos alimentares de um animal assim”, explica Ana Catarina Valle.
A relação dos felinos com a água também é muito meticulosa. A preferência é sempre pelo líquido fresco. Em geral, eles só bebem a água que julgam de boa qualidade. Por isso, muitas vezes, optam por ingerir a substância diretamente das torneiras ou até mesmo do chão. Em dias quentes, é ainda mais importante renovar a água oferecida. “Uma boa ideia é acrescentar cubos de gelos. Eles adoram e fica bem refrescante”, recomenda a especialista.
Segundo o veterinário Emanuel Quintela, existem no mercado saídas para o gato não perder o interesse pela água. “Há fontes que mantêm o líquido circulando, estimulando assim a ingestão de água”, afirma o veterinário Emanuel Quintela.
Para quem faz a comida do pet em casa, a alimentação deve ter tudo que ele precisa para manter energias. “Vitamina, proteína, carboidrato e minerais. Também é muito importante colocar pouco ou quase nada de sal”, explica Valle. Temperos como açafrão, alecrim e manjericão podem ser adicionados na comida do animal para dar mais sabor.
Mas é preciso atenção: alguns alimentos são tóxicos para os gatos. “Cebola e chocolate, por exemplo, estão terminantemente proibidos”, explica. Laticínios também. “A maioria dos gatos tem intolerância a lactose. Provoca vômitos e diarreias. Frutas cítricas ou com alto valor calórico devem ser evitadas da mesma forma”, explica.
Gatos geralmente comem em pequenas porções várias vezes ao dia. O importante é trocar a ração do animal para mantê-la sempre fresca. “O bicho não pode ficar longos períodos sem se alimentar. Eles também preferem comer à noite, pois, como a maioria dos felinos, são animais com hábitos noturnos”, explica.
A petsitter Alessandra Toledo, 42 anos, tem 42 gatos. Desses animais, 33 moram com ela e outros nove com a mãe. Todos os bichos comem somente ração e Alessandra garante que o melhor é investir na alimentação dos animais. “Eu prefiro gastar com a comida deles e economizar no veterinário”, explica.
Como são muitos gatos em casa, eles costuma dividir algumas vasilhas “São dois para cada potinho de comida. Como não comem na mesma hora, eles dividem numa boa”, explica. Assim como as mascotes de Ana Carolina, os animais só comem se a ração estiver fresca. A tutora dos bichanos também tem muito cuidado com a conservação da água. “Coloco sempre em potes de barro ou cerâmica. Assim, a água fica sempre geladinha, do jeito que eles gostam. Quando está muito calor, ponho pedras de gelo”, detalha Alessandra Toledo.
Para o gato persa Madox, 8 anos, a comida te que estar exatamente como ele quer. O felino só come carne vermelha e crua. “Tem que ser sempre bem fresquinha. Se passar alguns minutos do ponto, ele não aceita”, conta Neide Cavalcante, 38 anos, chef de cozinha e dona do animal.
Neide garante ter tentado dar todo tipo de ração para Madox. “Ele sempre rejeitou, desde que era bebê. Um dia, eu estava cortando carne e dei um pedaço para ele. A partir daí, não quis mais saber de outra coisa.” Mas as manias dele vão além. “Além da carne, ele também come pão com requeijão, panetone e peito de frango, mas só se tiver cortado em cubinhos”, afirma a chef de cozinha.
Apesar dos hábitos peculiares, a proprietária do pet garante que ele nunca teve nenhum problema de saúde. “Está bem gordinho, mas nunca passou mal e o pelo continua bonito”. Além de Madox, mais quatro gatos moram na casa. “Dos cinco, ele é o único com alimentação diferente. Todos comem ração. Ele também é o único macho”, conta.
Sobre o temperamento do felino, Neide garante que o animal é muito dócil com a família. “Ele é carinhoso, só fica arisco quando tem visitas em casa”, explica. O gato também dorme com a dona. “Os outros bichinhos até sobem na cama, mas ele é o único que, de fato, passa a noite comigo”, diverte-se. Com água, Madox também é muito meticuloso. “Ele gosta bem fresca e tem que ser em um balde. Nada de vasilhas”, relata.
Os especialistas destacam a importância de manter alimentos e água longe da caixa de areia. “É bom afastar os comedouros e, se possível, colocá-los em outro ambiente, pois os gatos são animais bem higiênicos e seletivos. Eles podem associar a hora de comer à hora de ir ao banheiro e, com isso, diminuir a quantidade de ingestão de ração ou até parar de comer”, alerta o veterinário Emanuel Quintela.
Deixar vasilhas limpas também é importante para o bem-estar do animal. Os utensílios devem ser limpos pelo menos duas vezes por dia. “Existem formigas, baratas, insetos. Além disso, as sobras podem fermentar com o tempo, podendo causar transtornos alimentares”, explica Quintela.