Saúde

Encare o inverno sem adoecer

A combinação de frio com ar seco é um prato cheio para problemas respiratórios, que se intensificam nesta época do ano. Alguns cuidados podem amenizar os riscos para a saúde

Zulmira Furbino

Com os filhos Pedro, de 6 anos, e Felipe, de 8, a funcionária pública Lilian Maciel Santos diz que toma alguns cuidados em casa para se livrarem de resfriados e outros males
Você pode até tentar, mas, a não ser que você se mude para um local onde só faz calor, será impossível escapar do inverno com todas as suas alergias, gripes, corizas e problemas respiratórios. Por isso mesmo, a única saída é aprender a lidar bem com o frio e o tempo seco, minimizando os riscos para a saúde. Um dos super-heróis que pode ajudar crianças, adultos e idosos a se precaver dos males do tempo frio e seco é o soro fisiológico, capaz de manter as narinas e as vias aéreas superiores hidratadas, evitando inflamações. Outra fonte de ajuda é a cautela contra a exposição aos agentes causadores da alergia. Junto com elas, o cuidado de evitar ambientes fechados, de controlar as condições de temperatura e umidade, além, de evitar o excesso de exposição às temperaturas frias formam a frente de defesa da boa respiração no inverno.


O alergista e imunologista Jorge Andrade Pinto explica que o frio e o ar seco são uma combinação ruim para a saúde da respiração. “Isso torna as vias aéreas mais passíveis de inflamação e, por isso, na medida do possível, é preciso tentar controlar as condições de temperatura e umidade, evitar a exposição direta ao ar frio e seco, ingerir bastante líquido e evitar aglomerações em locais fechados”, orienta o especialista. Ele chama a atenção para a ameaça dos poluentes ambientais dentro de casa, como o contato com o cigarro, animais domésticos, poeira e ácaros. Além dos fatores ambientais, questões hereditárias podem piorar a saúde respiratória no período das baixas temperaturas. Por isso, além de uma boa alimentação, é bom ficar atento à saúde emocional para evitar quedas de resistência.

SORO Para a fisioterapeuta respiratória e professora do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Tereza Cristina Silva Brant, neste período do ano, lavar as narinas com soro fisiológico é essencial. “Por causa da poluição do ar, do frio e do tempo seco o organismo produz mais secreção, principalmente quando se trata de crianças e idosos”, explica. É esse aumento de secreção que normalmente leva a sinusites, rinites e faringites. O uso do soro impede que as secreções se acumulem e, com essa “manutenção”, é possível prevenir quadros agudos. Um dos cuidados a ser tomado, segundo ela, é com o uso de medicamentos vasoconstritores, que, além de fazer mal à saúde, causam dependência química.

Vale lembrar que, quando o quadro de irritação e inflamação das vias aéreas já é agudo, a lavagem das narinas com soro fisiológico sozinha não resolve o problema. Nesses casos, de acordo com Tereza Cristina, é preciso procurar ajuda médica e um profissional de fisioterapia para as orientações específicas. Os irmãos Felipe e Pedro Maciel Lucas Queiroz, de 8 e 6 anos, filhos da funcionária pública Lílian Maciel Santos, são alérgicos, mas se livraram do mal-estar e das complicações respiratórias graças aos cuidados em casa. “É preciso manter o quarto arejado, porque os ambientes fechados são mais propícios às alergias. Além disso, quando saem à noite, eles estão sempre bem agasalhados. Eles são muito alérgicos, por isso esses cuidados são imprescindíveis no período frio, já que para crianças assim uma gripe é potencializada. Tomamos todas essas precauções e eles estão ótimos”, comemora.

O que fazer

No ambiente
» Manter a casa bem ventilada
» Passar pano úmido na casa e nos móveis
» Trocar a roupa de cama uma vez por semana
» Manter os bichos de estimação no quintal, já que muitas alergias são desencadeadas por pelos e saliva dos animais


Umidade relativa do ar
» Colocar um balde de água ou uma toalha molhada no quarto antes de dormir
» Usar umidificadores de ar


Prevenção de crises
» Evitar contato com fumaça de cigarro
» Evitar ambientes fechados com muitas pessoas
» Manter a caderneta de vacinação em dia


Fonte: Fisioterapia/UFMG (material elaborado pelos alunos
Bianca Carmona, Marina Rodrigues, Natália Freitas e Sabrina Lima,
sob orientação da professora Tereza Cristina Silva Brant)