Segundo os cientistas da Eli Lilly, os medicamentos atuais usados contra o Alzheimer atuam apenas sobre os sintomas da demência, auxiliando o funcionamento das células que estão morrendo. Mas o solanezumab ataca as proteínas deformadas conhecidas como amiolóides, que se acumulam no cérebro quando a doença ocorre. Os cientistas acreditam que a formação de placas pegajosas de amiolóide entre os neurônios podem causar danos e eventualmente matar as células nervosas.
De acordo com o diretor dos Laboratórios de Pesquisa Lilly, Eric Siemers, os testes deram pistas de que a droga funciona para pacientes em estágios iniciais de Alzheimer, reduzindo a progressão da doença em 34%. "É mais uma prova de que o solanezumab tem um efeito na patologia subjacente da doença. Acreditamos que há uma chance de que o solanezumab será a primeira medicação disponível que modifica a doença", acrescentou.
Ao longo do tempo, diversas empresas desenvolveram ensaios com drogas que pareciam inicialmente promissoras, mas que falharam ao tentar uma redução significativa da deterioração da memória e de outras tarefas cognitivas comprometidas em pacientes com a doença. Caso seja aprovada em testes clínicos futuros, a droga da Eli Lilly poderá ser a primeira a reduzir a progressão do Alzheimer. Mas a droga já fracassou em todos os estudos anteriores.
Dois amplos testes clínicos realizados em 2012 falharam e não foi possível demonstrar diferenças entre a ação da droga e a de um placebo. Os cientistas da empresa, no entanto, mantiveram as esperanças, porque o solanezumab supostamente freou o declínio cognitivo em pacientes com uma forma atenuada da doença. A empresa decidiu reiniciar novos testes clínicos em 2013, com previsão para conclusão no fim de 2016.