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Elas foram separadas em dois grupos: o primeiro com 68 diagnosticadas com câncer de mama e o segundo, com 122 mulheres sem a doença. Ao comparar os dois grupos, foi constatado que no primeiro havia mais casos de câncer (27,9%) do que no segundo (13,1%). Entre as obesas observou-se que 66,1% tinham câncer de mama e, entre as não obesas, 56,5%. A maioria das pacientes (70,8%) estava na menopausa.
Um dos coordenadores do estudo, Cesar Augusto Machado, da Sociedade Brasileira de Mastologia, explicou que o critério de obesidade foi o índice de massa corpórea. O índice maior que 27,5 quilos por metro quadrado é superior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde. “A obesidade aumenta a doença cardiovascular por um estado inflamatório na mulher obesa e, para o câncer de mama, acreditamos que a linha seja parecida. Ou seja, o mesmo mecanismo que desencadeia as doenças cardiovasculares poderia desencadear o câncer de mama”, disse Machado.
Pesquisas feitas em outros países indicam a relação, mas estudar a mulher brasileira é fundamental para chegar a resultados mais confiáveis, destacou ele. “Há variações importantes nos resultados [de país para país] e acabamos tratando mal nossas pacientes por falta de pesquisa no Brasil."
Cesar Machado explicou a importância da pesquisa para aperfeiçoar a identificação do câncer de mama. Segundo ele, a foi comprovado que o índice de Gail – que avalia o risco de câncer de mama em uma mulher – não está adequado para a mulher brasileira. “A etnia tem impacto no cálculo matemático. O índice, como está calibrado, não serve para a mulher brasileira. Esse cálculo precisa ser alterado”, afirmou.
Procedimentos como a mastectomia profilática e o tratamento com hormônio são indicados com base no índice de Gail, cujo cálculo matemático baseia-se nos valores de etnia dos Estados Unidos.
Machado destacou que a pesquisa será ampliada para mil mulheres na Bahia. A Sociedade Brasileira de Mastologia vai incentivar os pesquisadores associados à entidade a replicar o estudo em outros estados para abarcar o universo das mulheres brasileiras.
“Esse resultado só diz respeito à mulher baiana, mas é claro que o estudo está muito mais próximo da mulher carioca do que um estudo feito com mulheres americanas, por exemplo”, comentou. “Mas do ponto de vista metodológico, somente uma pesquisa em vários pontos do país pode nos trazer comprovações mais sólidas sobre a mulher brasileira”, disse o pesquisador.