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O tema foi alvo de recente polêmica. Em abril, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou documento no qual afirma que o Brasil se tornou o maior consumidor mundial de agrotóxicos, com consumo médio mensal de 5,2 quilos de veneno agrícola por habitante - uma medição diferente da apresentada pelo IBGE, a partir de dados do Ibama, que avalia o uso por hectare.
O Inca recomendou a "redução progressiva e sustentada" do emprego de agrotóxicos nas plantações, diante de evidências de que a exposição de pesticidas está ligada a casos de câncer.
A pesquisa do IBGE mostra ainda que os produtos classificados como perigosos são os mais vendidos no País (64,1%). Eles são o terceiro na classificação de risco ao meio ambiente, que inclui também altamente perigosos, muito perigosos e pouco perigosos, segundo ordem decrescente de dados à natureza e ao solo. Os muito perigosos são o segundo mais consumido (27,7%).
O agrotóxico mais empregado pelos produtores foi o glifosato, um herbicida apontado por pesquisadores como nocivo à saúde. Entre os inseticidas, o mais usado foi o acefato, que passou a ter regras mais restritas de uso determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2013. A alteração do uso do agrotóxico ocorreu após consulta pública por causa de suspeita de carcinogenicidade, toxicidade reprodutiva para seres humanos e efeitos neurotóxicos.
Já o fungicida mais popular foi o carbendazim, utilizado, por exemplo, nas culturas de algodão, citros, feijão, maçã e soja.
Na avaliação por localidade, a região Sudeste apresentou a maior comercialização dos venenos agrícolas por unidade de área (8,8 kg/ha), seguida pela Centro-Oeste (6,6 kg/ha).
Entre as unidades da federação, os maiores valores foram detectados em São Paulo (10,5 kg/ha), Goiás (7,9 kg/ha) e Minas Gerais (6,8 kg/ha). Os menores números foram verificados no Amazonas e Ceará, com menos de 0,5 kg/ha.