É fácil criticar. E é bem difícil encarar os próprios problemas. Se, em uma mesma semana, vimos uma enxurrada de julgamentos à merenda saudável da filha de Bela Gil - que muitos consideraram um exagero de zelo, outros até maldade com a criança e alguns ponderaram que não é para qualquer um encher a geladeira de produtos orgânicos (geralmente mais caro que os com agrotóxico) -, quase ninguém sequer notou um estudo publicado no Childhood obesity e também divulgado pelo Saúde Plena que mostrou que os pais subestimam o sobrepeso e a obesidade nos filhos. Para as duas situações, uma única explicação pode ser sugerida: as famílias reconhecerem o problema da alimentação de suas crianças pode significar que elas não cuidam bem delas.
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Um vídeo realizado por uma empresa de plano de saúde e divulgado nesta quinta-feira (11/06) quer chamar a atenção para a epidemia de obesidade infantil. Nas imagens as crianças são convidadas a desenharem o que mais gostam de comer e, na sequência, é pedido a elas que desenhem alguns legumes: beterraba, couve-flor, chuchu, abobrinha, rúcula e inhame. Até os pais e as mães das crianças são surpreendidos pelo resultado. Assista:
Estudo citado no início do texto, desenvolvido pelo Departamento de Saúde Populacional da Universidade de Nova York, constatou que, atualmente, 94,9% das famílias avaliam erroneamente o status corporal das crianças em idade pré-escolar (2 a 5 anos), afirmando que estão no peso normal quando, na verdade, se encaixam nos padrões de sobrepeso/obesidade. Esse percentual é 30% maior que o verificado no período anterior. E esta não a primeira vez que uma pesquisa constata, estatisticamente, que os cuidadores tendem a subestimar o peso das crianças.
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