saiba mais
-
Se é normal, por que não seria bom? Exposição 'Sentidos do Nascer' estreia em BH
-
Gestantes, atenção para o cuidado com a musculatura pélvica (seja parto normal ou cesariana)
-
O parto de Kate Middleton e as reflexões sobre dar à luz no Brasil
-
#sentandoparaopartonormal: Mulheres fazem campanha pelo direito de escolher a posição de parir
Durante dois meses a cidade foi palco para a discussão sobre a experiência do parto normal no Brasil e nesta quinta-feira (11/05), às 15h, recebe a enfermeira-obstetra Nelci Muller que ministrará uma oficina para os acompanhantes das mulheres em trabalho de parto. A lei número 11.108, de abril de 2005, garante a toda parturiente o direito a um acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. Com o tema ‘Apoiando a mulher em trabalho de parto: como posso ajudar?’, o público terá a oportunidade de conhecer e se informar sobre o papel do acompanhante.
A exposição segue em julho para o Rio de Janeiro e, na sequência, para Niterói e Brasília. Para acompanhar a agenda acesse sentidosdonascer.org.
Experiência sensorial
A exposição Sentidos do Nascer é uma experiência interativa e sensorial na qual o visitante percorrerá cinco ambientes - da gravidez ao nascimento – e é uma oportunidade para refletir sobre o modelo de assistência ao parto no Brasil.
O percurso tem início no espaço intitulado Gestação. Nesse ambiente, uma tela de televisão fará uma projeção 3D da imagem do visitante, que se verá grávido; homens também poderão experimentar a sensação da gravidez. A experiência interativa ainda permitirá o registro do momento através de fotos que poderão ser compartilhadas nas redes sociais.
Na sequência, as pessoas entrarão no Mercado do Parto que faz uma crítica à forma como a gestação e o parto são tratados como um negócio comercial. Com produtos à venda e dispostos em gôndolas, os visitantes serão confrontados com o interesse econômico que permeia o nascimento no Brasil e que leva à massificação da experiência do parto que, por essência, é única.
As mensagens são levadas ao extremo e alcançam propositadamente o deboche para provocar a reflexão. É um momento de descontração e desconstrução de discursos prontos. Monitores apresentam por exemplo, o produto 'Big Brother do Bebê' que faz uma crítica à separação mãe e filho, prática recorrente nas maternidades brasileiras, com a seguinte mensagem: “Pra quê colo de mãe? Na Maternidade Cirúrgica você e sua família podem descansar em paz enquanto seu filho chora sozinho no nosso berçário”.
Você sabia que 70% das mulheres querem parto normal logo que engravidam? O Controvérsias é o marco da exposição Sentidos do Nascer, um espaço para o diálogo entre os sujeitos que comumente opinam e influenciam a decisão da mulher sobre a via de parto: cirúrgica ou normal. Um vídeo elaborado exclusivamente para a exposição coloca para conversar personagens que resumem a multiplicidade de pontos de vistas e argumentam contra ou a favor do parto normal.
Com linguagem simples e direta, o produto audiovisual simula o que os casais grávidos costumam ouvir durante a gestação: aquele que defende a cesariana marcada por desacreditar na capacidade do corpo feminino em parir, a mulher que viveu a experiência de um parto humanizado e fala sobre o protagonismo feminino no trabalho de parto, o obstetra que promete tentar o parto normal, mas coloca inúmeros empecilhos; o pediatra que explica os benefícios do parto normal para a saúde do bebê; a doula que se apresenta como alguém que ajuda no trabalho emocional das gestantes; a enfermeira obstétrica que explica as formas não farmacológicas de alívio de dor e tantos outros que comumente entram em cena na vida de um casal grávido.
Após o vídeo, o público segue para a experiência sensorial do Nascimento. Nesse ambiente, os visitantes ouvirão sons de batimentos cardíacos e ruídos de água que reproduzem os barulhos internos que a criança ouve quando está no ventre da mãe. Os visitantes simularão a entrada no útero e passarão pelo canal de parto como se fossem bebês. Ao final, serão recebidos pela imagem de uma mulher de braços estendidos que representa a mãe de cada um.
Por último, o público se encontrará no espaço Conversas, uma área de convivência em que será possível se aprofundar nos temas abordados na exposição e trocar experiências. Além disso, quem quiser poderá deixar um depoimento que será registrado em vídeo. É uma oportunidade para que cada visitante coloque sua voz nesse amplo debate.