Saúde

Lúpus: entenda como age a doença que atinge cerca de 65 mil brasileiros

Em maio é comemorado o Dia Internacional de Atenção à Pessoa com Lúpus

Assim como a maioria das outras doenças autoimunes, o lúpus eritematoso sistêmico é considerada uma enfermidade “democrática”: atinge homens, mulheres, crianças, idosos, bebês, adolescentes. Muitas vezes, o problema se manifesta por meio de manchas vermelhas na pele. Nem sempre, porém, o lúpus é tão visível: silencioso, pode afetar diversos órgãos. A doença, que costuma aparecer entre 20 e 45 anos, acomete mais mulheres do que homens. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), uma a cada 1,7 mil brasileiras sofre do mal. Não há números absolutos sobre a quantidade de pessoas afetadas pela enfermidade no país, mas a estimativa da SBR é que aproximadamente o problema atinja 65 mil pessoas.


David Pedrosa, reumatologista do Hospital Santa Luzia, explica que, em linhas gerais, o lúpus é uma doença causada por uma inflamação sistêmica. “O sistema imunológico causa um distúrbio contra vários tecidos do corpo”, detalha. “É uma ruptura do equilíbrio que causa uma inflamação.” Em outras palavras, o corpo se comporta como se estivesse rejeitando a si mesmo: os anticorpos interpretam elementos e processos naturais do próprio corpo como se fossem agentes externos — ou seja, algo que deve ser combatido. “Isso gera todo o quadro clínico de inflamação articular, na pele e em órgãos como rins e pulmões.”

A manifestação da doença em partes diferentes do corpo faz com que o lúpus provoque sintomas muito variados. De cansaço a convulsão (caso a doença atinja o cérebro), o leque de sinais do problema é bastante amplo. “Dificilmente, você vai encontrar um paciente igual ao outro”, comenta David Pedrosa. “A manifestação sistêmica vai depender do órgão atingido. Por isso, o diagnóstico é tão difícil, porque cada paciente terá um conjunto de sintomas diferentes.”

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