Para quem deseja se livrar dessa ciranda, porém, nada como a tradição. Por isso, ioga e meditação continuam sendo ótima opção para quem quer desacelerar e esvaziar a mente, levando uma vida mais feliz e tranquila. A professora de ioga Marina Rolla de Leo acaba de chegar de cinco anos em Londres, de onde trouxe o curso Ioga para a saúde mental, que reúne as tradicionais disciplinas físicas e mentais originárias da Índia com a atenção plena, a meditação e o relaxamento. “Trata-se de um guarda-chuva de atividades, que ensina às pessoas a lidar com o estresse, a ansiedade e a depressão de forma saudável. O programa é uma intervenção em prol da saúde mental”, explica. Quando descobriu o curso, Marina pensou que era exatamente o que faltava em sua vida profissional e uma possibilidade de aliar a ioga à prática da acupuntura de forma terapêutica. O programa é dividido em oito semanas, com uma aula semanal. Nas duas primeiras semanas, o objetivo é ensinar as pessoas a respirar de forma mais saudável. Na terceira e na quarta semanas, o foco é o corpo.
“A gente começa com a respiração, porque fica mais fácil para entender, e, em seguida, passa a desenvolver a atenção e a consciência corporal e, depois, a cuidar da mente, com exercícios de meditação aliados às posturas de ioga. Isso ajuda a controlar o pensamento e a mente, que ficam um caos”, observa Marina. A especialista explica que, em uma situação de estresse, o sistema nervoso simpático entra em ação. Logo que a emoção passa, o sistema parassimpático deveria entrar em ação para acalmar o corpo, mas o que ocorre no dia a dia são situações de estresse após estresse. E é justamente esse estresse projetado que vem da irritação no trânsito, da sensação de que não vai dar para chegar a tempo, que faz as pessoas mergulharem num looping. “Com o curso, a mente entra em contato com o corpo, equilibrando os dois sistemas de forma natural”, explica.
CONSCIÊNCIA
Para a professora de ioga Ana Virgínia Azevedo, que dá aulas particulares em casa, praticar hatha ioga também é um meio de alcançar o equilíbrio, já que cada postura da técnica é como se fosse uma pequena meditação. “O objetivo das posturas físicas é preparar o corpo para meditar sem que ele sinta tanto. No Ocidente, já não existe o hábito de sentar no chão e de agachar, como ocorre na Índia. Por isso, as posturas preparam o corpo e têm como objetivo a concentração, a entrega e a consciência de cada órgão. Ioga não é relaxamento, é atenção plena”, diz. De acordo com ela, o tempo para obter resultados varia de pessoa para pessoa, mas o que mais conta a favor é a regularidade da prática. “Os ganhos são muitos. Você fica menos estressado, menos acelerado. Antes, me estressava muito em algumas situações e, hoje, já sei que não vou ganhar nada com isso e, assim, aprendi a não desperdiçar energia”, ensina.
Maria José Marinho, professora de ioga e reiki, recomenda a prática do laya ioga como forma de desafogar a mente. Em sânscrito, o nome laya quer dizer dissolução. A prática permite refazer a programação mental, levando a um estado de harmonia e consciência interior profunda e a um desligamento do mundo externo. Tudo começa com uma série de respirações, como a respiração equilibrante glandular (udianabanda), que equilibra o sistema nervoso. Em seguida, a prática da respiração acelerada revitaliza a mente, melhorando a memória e promovendo a limpeza das vias respiratórias. Outra respiração presente na técnica induz o sono e equilibra os sistemas nervosos simpático e parassimpático. “A maior parte das pessoas vive brigando com elas mesmas, sem saber quais caminhos seguir. A laya ioga permite que elas façam uma programação positiva, o que pode ser sentido ao fim de cada aula”, sustenta.