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De acordo com o fisioterapeuta Rogério Celso Ferreira, da Fisior Hidroterapia, em Belo Horizonte (MG), a hidroterapia ou fisioterapia aquática pode ser uma forte aliada entre os diversos tratamentos da síndrome de Down. “A hidroterapia estimula o controle motor do portador da síndrome. A água oferece, ao mesmo tempo, sustentação e resistência e a pessoa consegue realizar atividades que seriam impossíveis fora da piscina. Com isso, o paciente se sente mais seguro de seus movimentos e torna-se capaz de realizá-los com mais eficiência, alcançando mais independência e satisfação nos exercícios propostos na sessão”, destaca o especialista.
Outro benefício é a melhora da circulação sanguínea e a diminuição da hipertensão, além de promover relaxamento muscular, ajudar o paciente em seu convívio social e melhorar a qualidade do sono. “A hidroterapia complementa os tratamentos convencionais, executados fora d'água. É uma atividade física com características únicas, diferente até mesmo da natação e contribui de maneira muito positiva para o bem-estar físico, mental e comportamental do portador da síndrome de Down”, defende Ana Paula Oliveira, também fisioterapeuta da Fisior Hidroterapia.
De acordo com a fisioterapeuta Andréa Cristina Machado Pereira, pessoas com síndrome de Down são conhecidas por ter nível diminuído de aptidão aeróbica e problemas com a força e o tônus muscular. Têm como característica a hipotonia, que interfere nas aquisições do desenvolvimento motor quando crianças, nas suas habilidades, na interação com o ambiente, retarda ou bloqueia sua exploração, diminuindo ou produzindo déficit de sensações e vivências e dificultando, muitas vezes, o desenvolvimento cognitivo. “A disfunção motora também é resultado da hiperextensibilidade articular, da frouxidão ligamentar, da diminuição da força muscular, da incoordenação e equilíbrio deficiente, da postura anteriorizada, com antepulsão de ombro e semiflexão de tronco, e do retardo mental observados. A aquisição da marcha é tardia e imatura, caracterizada por persistência da base alargada e pés planos e pronados, para promover um melhor suporte, redução da oscilação vertical do centro de gravidade e promoção de estabilidade postural.”
EQUILÍBRIO
Considerando as alterações citadas acima, a hidroterapia ou fisioterapia aquática – denominação correta para a fisioterapia aplicada no ambiente aquático –, representa um importante recurso fisioterapêutico para a população portadora da síndrome. A fisioterapia aquática, segundo a fisioterapeuta Michelle Pires Pinto da Rocha Macedo, pode ser conceituada como a realização de exercícios em meio líquido, para auxiliar os movimentos e a aquisição da funcionalidade, utilizando as propriedades físicas da água. Entre elas, as que mais benefícios oferecem, no caso da síndrome de Down, são a pressão hidrostática, a flutuação e a turbulência. Apresenta como efeitos terapêuticos o fortalecimento muscular, melhora das atividades funcionais, da marcha, manutenção e melhora do equilíbrio, coordenação e postura. A hidroterapia ainda é vantajosa porque oferece um processo de reabilitação mais prazeroso e lúdico, sendo o trabalho realizado por meio de brincadeiras, sem perder o cunho técnico, gerando mais conforto. Além disso, se torna mais fácil para o fisioterapeuta manejar o paciente. Os resultados podem ser surpreendentes.”
De acordo com a fisioterapeuta Giovana Macêdo Linhares, a fisioterapia aquática tem sido amplamente difundida como valiosa opção terapêutica para o tratamento de diversas doenças, especialmente, a síndrome de Down, sendo recomendada para qualquer faixa etária. A frequência do tratamento é determinada depois de criteriosa avaliação fisioterapêutica, na qual é definido o plano de tratamento específico para cada paciente. As sessões, geralmente, variam de 40 minutos a uma hora, dependendo da condição e da necessidade do paciente.