Embora o consumo médio de álcool tenha diminuído ligeiramente há 20 anos entre os países da OCDE, o consumo excessivo de álcool pelos jovens aumenta, segundo este estudo. "Nossa principal preocupação é o consumo de álcool entre os jovens", ressaltou Stefano Scarpetta, diretor para o emprego, política social e saúde na OCDE durante a apresentação do relatório "A luta contra o uso nocivo do álcool".
"Os níveis de 'consumo perigoso' e de 'excesso de alcoolização episódica' entre os jovens, especialmente as mulheres, têm aumentado em muitos países da OCDE", resume o relatório da organização.
Um episódio de "binge drinking" corresponde à absorção de 5 a 8 drinques em uma única ocasião, como uma festa ou saída. Um consumo de álcool perigoso corresponde à absorção de mais de 210 gramas de álcool puro por semana para homens e mais de 140 gramas para uma mulher (um copo de vinho ou um copo de cerveja é igual a 10 gramas).
Parte do fenômeno do "binge drinking" deve-se ao fato de as bebidas alcoólicas estarem "mais acessíveis" para a compra por consumidores jovens, indica o relatório.
Além disso, "produtos alcoólicos especificamente concebidos e comercializados para agradar aos jovens bebedores podem contribuir para mudar a atitude dos jovens vis-à-vis ao álcool", observa a OCDE.
Através de publicidade direcionada aos jovens, esses produtos acabam sendo associados à festa, música, sedução e até mesmo a esportes.
"As tendências entre os jovens são um grande problema a partir de um ponto de vista social e da saúde pública", considera a OCDE. Este consumo excessivo está associado ao aumento do risco de acidentes rodoviários, em particular, e as causas de hospitalizações. Nos Estados Unidos, por exemplo, as hospitalizações por coma alcoólico entre jovens com 18/24 anos aumentaram em 25% entre 1999 e 2008.
A proporção de meninos que, aos 15 anos, nunca bebeu álcool caiu de 44% em 2001/02 a 30% em 2009/10. A proporção daqueles que aos 15 anos beberam pelo menos uma vez aumentou de 30% para 43% no mesmo período.
Para Stefano Scarpetta, é preciso atacar este fenômeno por meio de uma combinação de políticas gerais contra o alcoolismo e políticas orientadas para os jovens. Como medidas possíveis, ele cita a limitação da publicidade sobre o álcool, a redução dos níveis de álcool no sangue permitido aos condutores e taxas fiscais adicionais.
Brasil não é membro da OCDE
O Brasil não é membro da OCDE, mas é considerado como key partner (parceiro-chave), situação que lhe permite participar de Comitês da Organização e de inúmeras áreas de trabalho. O país tem integrado as atividades patrocinadas pela Organização e por seus órgãos técnicos, sobretudo seminários e reuniões de grupos de trabalho, com a presença de peritos brasileiros de áreas especializadas.
São membros da OCDE: Alemanha (1961); Austrália (1971); Áustria (1961); Bélgica (1961); Canadá (1961); Chile (2010); Coreia do Sul (1996); Dinamarca (1961); Eslováquia (2000); Eslovênia (2010); Espanha (1961); Estados Unidos (1961); Estônia (2010); Finlândia (1969); França (1961); Grécia (1961); Hungria (1996); Irlanda (1961); Islândia (1961); Israel (2010); Itália (1962); Japão (1964); Luxemburgo (1961); México (1994); Noruega (1961); Nova Zelândia (1973); Países Baixos (1961); Polônia (1996); Portugal (1961); Reino Unido (1961); República Tcheca (1995); Suécia (1961); Suíça (1961); e Turquia (1961).