Eles sugerem a duplicação dentro de 5 anos do orçamento da organização, que é atualmente de US$ 4 bilhões, e também defendem a criação de um fundo de emergência específico para fornecer recursos financeiros assim que o próximo surto for identificado.
O balanço da epidemia de ebola que atinge desde o ano passado três países da África Ocidental (Libéria, Serra Leoa e Guiné) já ultrapassa 11 mil mortos, quase a metade das 26.500 pessoas afetadas pelo vírus, segundo o último relatório fornecido quinta-feira pela OMS.
A OMS vem sendo acusada desde o verão passado de não ter antecipado adequadamente a epidemia e de ter reagido de forma tardia.
Entre as razões para este atraso, Lawrence Gostin e Eric Friedman citam uma diminuição no orçamento da OMS de US$ 500 milhões em 2011, o que resultou em uma redução de pessoal, especialmente em sua unidade de resposta de emergência.
Mas eles também mencionam "lacunas" nas regulamentações internacionais de saúde para evitar a propagação da epidemia através das fronteiras.
"O pessoal sanitário, bem como os fundos necessários, chegaram devagar e de forma imprevisível", ressaltam.
A origem do surto atual remonta a uma criança de dois anos de idade descoberta em dezembro de 2013 na Guiné, mas cujo diagnóstico foi confirmado apenas em março de 2014, quando a epidemia já havia se estendido para a Libéria e Serra Leoa.
Desde junho, a organização Médicos Sem Fronteiras já alertava que a epidemia estava completamente fora de controle, mas a OMS esperou até agosto para declarar uma "emergência de saúde pública global" e pedir uma "resposta internacional coordenada".
Questionada pela reportagem, a OMS indicou que apresentará propostas para modificar as intervenções em situações de emergência, em uma reunião programada para o final do mês.
Uma avaliação independente da sua gestão da crise de ebola também está em andamento.