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Os pesquisadores da Universidade Estadual da Dakota do Norte e da Universidade de Massachusetts, ambas nos Estados Unidos, analisaram estudos anteriores que investigaram os efeitos do consumo da pele, da polpa e do suco da pera. Depois, fizeram experimentos em laboratório para entender como essas duas variedades da fruta atuam no metabolismo de forma a proteger o organismo contra diversos males. Os testes indicaram que o segredo está nos compostos fenóis encontrados principalmente na casca, que contém essas substâncias em maior quantidade. Comparada à da starkrimson, a polpa da williams tem mais fenóis totais.
“Nossos resultados no tubo de ensaio sugerem que, se consumirmos as duas variedades de pera como um todo (a pele e a polpa), elas podem fornecer um controle melhor dos primeiros estágios da diabetes como parte de uma dieta saudável”, disse Kalidas Shetty, da Universidade de Dakota do Norte e um dos autores do estudo. O artigo publicado informa que “essas estratégias dietéticas envolvendo frutas, incluindo as peras, podem não apenas ajudar a controlar os níveis de glicose no sangue, mas também reduzir a dependência de medicamentos nos estágios prediabéticos e complementar a dosagem farmacológica dessas drogas nos primeiros estágios do diabetes 2”.
Como os remédios
Os pesquisadores também investigaram se as peras estudadas podem ajudar a controlar a hipertensão. Os inibidores da enzima de conversão da angiotensina são medicamentos usados para ajudar a tratar a pressão elevada e, no estudo, foi constatado que o extrato da polpa da pera williams tem uma atividade inibitória semelhante, embora moderada. Já a pele da fruta não apresentou a mesma característica. “Isso sugere que a polpa da williams pode ser usada como um inibidor leve dessa enzima depois de mais avaliações com diferentes concentrações e processos de extração”, explicou Shetty.
No estudo, os cientistas também investigaram se o suco fermentado das duas variedades da pera (incluindo a pele) podem inibir a H. pylori. Encontrada nas vísceras, essa bactéria geralmente está associada à gastrite e às úlceras estomacais. Os resultados indicaram que o extrato da fruta pode evitar o crescimento desse patógeno, ao mesmo tempo em que sustenta a função probiótica dos micro-organismos benéficos ao organismo.
Os pesquisadores ressaltaram que são necessários mais estudos para investigar os compostos bioativos da pele e da polpa da pera. “Estudos sobre outras propriedades, como fibras, aminoácidos e vitamina C, podem nos dar mais informações sobre o papel das peras sobre a dieta saudável”, escreveram.