Os sabores artificiais usados nos fluidos do cigarro eletrônico são basicamente os mesmos usados na indústria de alimentação e, por isso, considerados seguros pelos fabricantes. Mas a Associação Americana de Manufatura de Extratos de Sabor (Fema, na sigla em inglês) destacou que esse nível de segurança se relaciona à exposição pela ingestão e não pela inalação das substâncias. Além disso, os ingredientes listados nas embalagens dos fluidos do e-cigar raramente incluem os químicos usados para conferir gosto ao produto.
Os pesquisadores da Universidade de Oregon utilizaram amostras de 30 marcas de fluidos usados nos cigarros, comercializados por duas marcas. Entre os sabores, incluíam-se tabaco, chocolate/cacau, uva, maçã, cereja e chiclete. As substâncias químicas ultrapassavam 1% do volume total de 13 líquidos analisados, 2% em sete fluidos e mais de 3% em dois produtos. Seis dos 24 diferentes compostos revelados na análise eram aldeídos, conhecidos por causar irritação respiratória.
De acordo com os cientistas, usar 5ml de fluido por dia, a média de consumo relatada pelos usuários, expõe a pessoa a um nível duas vezes maior de benzaldeído e vanilina que o recomendado. “A degradação tóxica dos produtos pode ser produzida pela reação dos químicos de sabor durante as altas temperaturas presentes no momento da vaporização”, escreveram. Embora admitam que o estudo analisou poucas amostras, os cientistas acreditam que os altos níveis de químicos encontrados provavelmente são semelhantes aos existentes em milhares de produtos do tipo disponíveis no mercado. Eles ressaltaram que é preciso regular esses produtos, incluindo uma lista compulsória de ingredientes e a limitação de níveis de alguns tipos de sabores artificiais, em especial aqueles que podem ser mais atraentes para jovens.