Alguns ingredientes não só adicionam sabor às refeições, mas, se consumidos adequadamente, têm o poder de proteger o organismo contra diversos males. É o caso de nozes e castanhas. Embora calóricas, são ricas em nutrientes e “gorduras do bem”. Os benefícios desses frutos, grãos e sementes foram discutidos em um congresso científico, o Experimental Biology 2015, ocorrido em Boston, nos Estados Unidos. Uma compilação de 159 artigos médicos publicados ao longo dos últimos 20 anos evidenciou os efeitos extensos desses alimentos na saúde em geral.
Da fertilidade ao diabetes, passando pelo sistema cardiovascular, pelo metabolismo e pelo câncer, pesquisas realizadas em universidades do mundo todo encontraram, no período analisado, associações positivas entre o consumo de nozes e castanhas e a proteção contra diversas doenças. Ricos em minerais, vitaminas, fibras, proteínas e substâncias naturais antioxidantes, esses alimentos também fornecem doses de ômega-3 vegetal, um ácido graxo de extrema importância para a manutenção dos níveis saudáveis de gordura no organismo e para combater processos inflamatórios e alérgicos.
Um dos estudos analisados no congresso mostrou, pela primeira vez, como o fruto da nogueira pode auxiliar no combate ao câncer de cólon. Os pesquisadores da Universidade de Ewha, na Coreia, cultivaram tecidos desse tumor em laboratório e trataram o material com um extrato da noz. Eles verificaram que a substância diminuiu significativamente a sobrevivência das células-tronco tumorais, um grupo celular que replica o câncer com muita rapidez.
Embora a pesquisa ainda esteja em fase inicial, com testes apenas no tubo de ensaio, os cientistas acreditam que essa pode ser uma abordagem promissora. “O câncer de cólon ainda é um dos principais tipos de tumor maligno e, nos Estados Unidos e na Coreia, está entre os que mais provocam mortes”, conta Yuri Kim, pesquisador da universidade coreana e principal autor do estudo apresentado nos EUA. No Brasil, a estimativa de novos casos por ano é de 32,6 mil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), com 14 mil óbitos registrados — a estatística brasileira leva em conta os casos de cólon e reto.
Kim explica que as células-tronco tumorais são uma pequena subpopulação celular com grande capacidade de autorrenovação, podendo se diferenciar em múltiplas linhagens, o que dificulta o tratamento da doença. “Na busca por terapias eficazes contra esse câncer, todos estão, agora, tendo as células-tronco tumorais como principal alvo”, diz.
Para o coração
O pesquisador afirma que a escolha das nozes da nogueira para o estudo se deu pelo fato de que, além de ser um alimento muito consumido no mundo, o extrato do fruto é rico em compostos fenólicos, substâncias naturais antioxidantes. “Previamente, pesquisas indicaram que esses compostos têm efeitos anti-inflamatórios poderosos. Por isso, nós nos interessamos em avaliar a propriedade anticancerígena desse fruto”, revela Kim, que se diz bastante empolgado com os primeiros resultados.
Na compilação de estudos analisados no congresso de Boston, foram apresentadas diversas evidências científicas de um potencial já conhecido das castanhas e das nozes: proteger o coração. “Um dos principais componentes da luta contra doenças cardiovasculares é a dieta, e esses ingredientes são como um denso pacote de nutrientes que oferecem benefícios abundantes para a saúde cardíaca”, entusiasma-se James Beckerman, pesquisador do Instituto Cardíaco e Vascular de Providence. “Recomendo aos meus pacientes que consumam castanhas e nozes para ajudar a proteger o coração, melhorar a pressão arterial, os níveis de colesterol e outras taxas de lipídeo no sangue”, conta.
O médico, que participou do encontro científico, diz que artigos publicados em países como os Estados Unidos, a Espanha, a China, o Japão, a Austrália e a Nova Zelândia nos últimos anos demonstram que os dois ingredientes diminuem os níveis de colesterol LDL — o “colesterol ruim” — e a pressão sanguínea, dois dos principais riscos de doenças cardiovasculares. “Além disso, esses alimentos, especialmente o fruto da nogueira, melhoram a função endotelial e diminuem o estresse oxidativo e os marcadores inflamatórios”, relata.
Para a cabeça
Em um mundo cada vez mais envelhecido, com aumento na incidência de Alzheimer e outros tipos de demência, os pesquisadores também estão interessados em avaliar o potencial das nozes e das castanhas no combate a problemas cognitivos. No fim de janeiro, cientistas da Universidade da Califórnia em Los Angeles descobriram que o consumo do fruto da nogueira melhora significativamente a função cognitiva — memória, concentração e velocidade no processamento de informações — de adultos, independentemente de idade, gênero e etnia.
Esta foi a primeira vez que se analisou em uma grande população — mais de 20 mil indivíduos — a relação entre o consumo de nozes e castanhas e a função cognitiva. Os dados foram coletados de pesquisas nutricionais dos Institutos de Saúde dos EUA realizadas nos anos de 1980 e 1990. No recorte feito pelos cientistas da Universidade da Califórnia, entraram dados de adultos com mais de 20 anos.
Lenore Arab, principal autora do estudo, diz que o consumo de apenas 13g diários de nozes melhorou a performance dos participantes em uma série de seis testes cognitivos. “Foi incrível perceber a forte evidência de que as nozes proporcionam benefícios neuroprotetivos em humanos, repetindo uma descoberta que já havia sido feita em pesquisas com animais”, escreveu Arab em um comunicado. Estudos anteriores desenvolvidos em ratos sugerem que esses frutos evitam a progressão do Alzheimer.
De acordo com os pesquisadores da Universidade da Califórnia, há numerosos ingredientes ativos que podem contribuir para proteger as funções cognitivas. “Entre eles, os compostos altamente antioxidantes combinados com numerosas vitaminas e minerais e os ácidos ômega-3 vegetais. Não é todo dia que fazemos pesquisas cujo resultado é um conselho muito simples: coma um punhado de nozes por dia, no lanche ou como parte das refeições, para melhorar os benefícios da saúde do cérebro”, disse Arab.
Da fertilidade ao diabetes, passando pelo sistema cardiovascular, pelo metabolismo e pelo câncer, pesquisas realizadas em universidades do mundo todo encontraram, no período analisado, associações positivas entre o consumo de nozes e castanhas e a proteção contra diversas doenças. Ricos em minerais, vitaminas, fibras, proteínas e substâncias naturais antioxidantes, esses alimentos também fornecem doses de ômega-3 vegetal, um ácido graxo de extrema importância para a manutenção dos níveis saudáveis de gordura no organismo e para combater processos inflamatórios e alérgicos.
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Embora a pesquisa ainda esteja em fase inicial, com testes apenas no tubo de ensaio, os cientistas acreditam que essa pode ser uma abordagem promissora. “O câncer de cólon ainda é um dos principais tipos de tumor maligno e, nos Estados Unidos e na Coreia, está entre os que mais provocam mortes”, conta Yuri Kim, pesquisador da universidade coreana e principal autor do estudo apresentado nos EUA. No Brasil, a estimativa de novos casos por ano é de 32,6 mil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), com 14 mil óbitos registrados — a estatística brasileira leva em conta os casos de cólon e reto.
Kim explica que as células-tronco tumorais são uma pequena subpopulação celular com grande capacidade de autorrenovação, podendo se diferenciar em múltiplas linhagens, o que dificulta o tratamento da doença. “Na busca por terapias eficazes contra esse câncer, todos estão, agora, tendo as células-tronco tumorais como principal alvo”, diz.
Para o coração
O pesquisador afirma que a escolha das nozes da nogueira para o estudo se deu pelo fato de que, além de ser um alimento muito consumido no mundo, o extrato do fruto é rico em compostos fenólicos, substâncias naturais antioxidantes. “Previamente, pesquisas indicaram que esses compostos têm efeitos anti-inflamatórios poderosos. Por isso, nós nos interessamos em avaliar a propriedade anticancerígena desse fruto”, revela Kim, que se diz bastante empolgado com os primeiros resultados.
Na compilação de estudos analisados no congresso de Boston, foram apresentadas diversas evidências científicas de um potencial já conhecido das castanhas e das nozes: proteger o coração. “Um dos principais componentes da luta contra doenças cardiovasculares é a dieta, e esses ingredientes são como um denso pacote de nutrientes que oferecem benefícios abundantes para a saúde cardíaca”, entusiasma-se James Beckerman, pesquisador do Instituto Cardíaco e Vascular de Providence. “Recomendo aos meus pacientes que consumam castanhas e nozes para ajudar a proteger o coração, melhorar a pressão arterial, os níveis de colesterol e outras taxas de lipídeo no sangue”, conta.
O médico, que participou do encontro científico, diz que artigos publicados em países como os Estados Unidos, a Espanha, a China, o Japão, a Austrália e a Nova Zelândia nos últimos anos demonstram que os dois ingredientes diminuem os níveis de colesterol LDL — o “colesterol ruim” — e a pressão sanguínea, dois dos principais riscos de doenças cardiovasculares. “Além disso, esses alimentos, especialmente o fruto da nogueira, melhoram a função endotelial e diminuem o estresse oxidativo e os marcadores inflamatórios”, relata.
Para a cabeça
Em um mundo cada vez mais envelhecido, com aumento na incidência de Alzheimer e outros tipos de demência, os pesquisadores também estão interessados em avaliar o potencial das nozes e das castanhas no combate a problemas cognitivos. No fim de janeiro, cientistas da Universidade da Califórnia em Los Angeles descobriram que o consumo do fruto da nogueira melhora significativamente a função cognitiva — memória, concentração e velocidade no processamento de informações — de adultos, independentemente de idade, gênero e etnia.
Esta foi a primeira vez que se analisou em uma grande população — mais de 20 mil indivíduos — a relação entre o consumo de nozes e castanhas e a função cognitiva. Os dados foram coletados de pesquisas nutricionais dos Institutos de Saúde dos EUA realizadas nos anos de 1980 e 1990. No recorte feito pelos cientistas da Universidade da Califórnia, entraram dados de adultos com mais de 20 anos.
Lenore Arab, principal autora do estudo, diz que o consumo de apenas 13g diários de nozes melhorou a performance dos participantes em uma série de seis testes cognitivos. “Foi incrível perceber a forte evidência de que as nozes proporcionam benefícios neuroprotetivos em humanos, repetindo uma descoberta que já havia sido feita em pesquisas com animais”, escreveu Arab em um comunicado. Estudos anteriores desenvolvidos em ratos sugerem que esses frutos evitam a progressão do Alzheimer.
De acordo com os pesquisadores da Universidade da Califórnia, há numerosos ingredientes ativos que podem contribuir para proteger as funções cognitivas. “Entre eles, os compostos altamente antioxidantes combinados com numerosas vitaminas e minerais e os ácidos ômega-3 vegetais. Não é todo dia que fazemos pesquisas cujo resultado é um conselho muito simples: coma um punhado de nozes por dia, no lanche ou como parte das refeições, para melhorar os benefícios da saúde do cérebro”, disse Arab.
"Não é todo dia que fazemos pesquisas cujo resultado é um conselho muito simples: coma um punhado de nozes por dia, no lanche ou como parte das refeições, para melhorar os benefícios da saúde do cérebro” - Lenore Arab, pesquisadora da Universidade da Califórnia