Saúde

Não tem segredo: prevenção é a base para evitar câncer de pele

Estimativa no Inca é de 180 mil novos casos de câncer de pele do tipo não melanoma para este ano

Agência Brasil

Sociedade Brasileira de Dermatologia sugere também medidas de fotoproteção física como chapéu, tecidos com proteção solar e óculos de sol
O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) calcula que, dos cerca de 580 mil novos casos de câncer estimados para este ano, no Brasil, o de pele do tipo não melanoma será o de maior incidência, com mais de 180 mil casos. Esse é também o tipo de câncer mais frequente em todo o mundo, disse o coordenador da Campanha Nacional de Combate ao Câncer de Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Emerson Vasconcelos de Andrade Lima. Nesta quarta-feira (8/04) comemora-se o Dia Mundial de Combate ao Câncer.


Segundo o médico, “a pele está exposta ao sol, e este é o principal fator determinante do desenvolvimento do câncer de pele, principalmente do carcinoma basocelular”. Outros tipos de câncer de pele são o carcinoma espinocelular e o melanoma maligno. Para o especialista, a melhor maneira de evitar o câncer de pele é prevenir. “Prevenção é a base”. A postura recomendada é fotoprotetora. Além de usar filtros solares, é preciso evitar a exposição ao sol nos horários de maior incidência de radiação ultravioleta B e A.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia sugere também medidas de fotoproteção física, que incluem o uso de bonés, chapéus e óculos de sol.

Segundo o dermatologista, o filtro solar é obrigatório em crianças a partir de 6 meses de idade, e deve ser reaplicado, independentemente da estação do ano e do tipo de pele. Ele descartou a crença de que pessoas mais morenas, em função da presença de melanina, estejam protegidas de ter câncer de pele. “Não é isso que se observa”, ressaltou Lima. Ele admitiu que os indivíduos mais morenos têm menor chance de se queimar ou de o bronzeamento provocar bolhas. Mesmo assim, há necessidade de uso do filtro solar, qualquer que seja a cor da pele, acrescentou.

O indivíduo branco tem tendência maior a desenvolver câncer de pele, porque não tem melanina – pigmento da pele funciona como barreira, reduzindo a incidência da radiação solar. Lima salientou, entretanto, que o efeito é somatório. “Independente de ser branco, moreno ou negro, você tem a chance de desenvolver câncer de pele. O passar dos anos é que vai determinar isso”. Como a taxa de longevidade é alta, atualmente, aumentam também as probabilidades de câncer de pele, “porque esse efeito é somatório”, insistiu.

Atividades esportivas, banhos de piscina, idas à praia ou a feiras livres, e até mesmo a ida ao trabalho, no dia a dia, ao sol, deixam a pessoa exposta à radiação ultravioleta. “E esse efeito somatório, durante anos, favorece o desencadeamento. Temos visto o aparecimento de câncer de pele mais precoce do que antigamente”, destacou.

O dermatologista advertiu que a camada de ozônio, em função da emissão de gases poluentes e das mudanças climáticas, está cada vez mais tênue, facilitando a incidência crescente de radiação ultravioleta nas pessoas. Como os indivíduos continuam a se expor ao sol de maneira extrema, o receio é que a taxa desse tipo de tumor continue a aumentar. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o aparecimento de pintas escuras ou manchas na pele e a presença de lesões que não cicatrizam podem ser sinal de melanoma maligno e devem levar a pessoa a procurar um especialista.

O carcinoma basocelular, mais comum e com relação mais estreita com a radiação ultravioleta, apresenta-se em geral sob a forma de caroços que sangram com facilidade e aparecem em áreas expostas, como a face, dorso, tórax, braços, pernas, couro cabeludo, lábios e orelhas dos homens. Essas lesões, quando identificadas, devem ser removidas o mais precocemente possível.