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Na Argentina, ainda chamou a atenção porque um dos dois receptores de um órgão saudável é o jornalista Jorge Lanata, autor de algumas das principais investigações contra a presidente Cristina Kirchner. A mulher de Lanata se dispôs a doar o rim a um jovem chamado Ignacio (cuja identidade foi preservada), que a exemplo do jornalista tinha insuficiência renal.
Em troca, a mãe do jovem doou um rim saudável a Lanata. Marido e mulher eram incompatíveis, assim como mãe e filho. "De seis itens que medem a compatibilidade, eu tinha com Ignacio uma associação perfeita em cinco, o que é raro", afirmou a mulher do jornalista, a artista plástica Sara Stewart Brown.
Antes da operação, o jornalista gravou um vídeo em que diz que não houve privilégio por ser figura pública. "Estava em uma lista de receptores, que incluía a busca entre doadores mortos. Apareceu essa família com compatibilidade, que aceitou o transplante cruzado. Todos ganham", salientou o jornalista, que tem outros fatores de risco. É fumante, tem excesso de peso e problemas nas coronárias, razão pela qual recebeu cinco stents. Paciente diabético considerado de alto risco, Lanata passava três vezes por semana por hemodiálise. Para concretizar as operações, além de um contrato, houve aval de Ministério Público, Justiça e Instituto de Transplantes.
Brasil
O procedimento ocorreu pela primeira vez em 1986 nos Estados Unidos e há registros na Espanha, no Canadá, na Grã-Bretanha, na Austrália e na Turquia. Segundo Elias David Neto, do Conselho da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), nunca foi realizado no País. "Pelo que tenho informação é mesmo o primeiro caso da América Latina." (Colaborou Paula Felix)