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Na luta para tomar controle sobre a narrativa da própria vida, ela assumiu a luta contra o cyberbullying. Levantando esta bandeira, a ex-estagiária da Casa Branca subiu nesta quinta-feira (19/3) ao palco do TED, uma organização sem fins lucrativos com o objetivo de disseminar o conhecimento através de curtas palestras.
"Aos 22 anos, eu me apaixonei pelo meu chefe. Aos 24, eu conheci as devastadoras consequências disso", relembrou uma convincente Monica, que na última década fez poucas aparições públicas. Desde que o escândalo estourou, ela só retornou à mídia em 2014, com um artigo na Vanity fair.
A ex-estagiária que trabalhou na Casa Branca entre 1995 e 1996 percorreu longo caminho até "virar a página", como ela mesma define: "Eu fui rotulada como uma vadia, prostituta, e claro 'aquela mulher'. Eu fui vista por muitos, mas conhecida por poucos".
Ao criar uma conta pessoal no Twitter, em 2014, Monica se apresentou como "ativista social". Esse foi o começo da sua busca por um ambiente online com mais empatia, mais compaixão e menos exposição alheia. Ao subir ao palco hoje, ela mostrou que quer transformar a sua experiência pessoal em um aprendizado para outros: "Esse escândalo chegou até vocês através da revolução digital".
Para ela, o mundo virtual está cada vez mais cruel, e o particular não é mais respeitado. "Um novo mercado surgiu. Humilhação é uma indústria. O dinheiro é baseado em cliques. Quanto mais constrangimento, mais cliques. Quanto mais cliques, mais dólares em propaganda", explicou ela, enquanto relembrava de casos como o vazamento de e-mails quando um sistema da Sony foi hackeado, de comunicações privadas em um aplicativo ligado ao Snapchat, e de fotos íntimas de celebridades como Jennifer Lawrence.
A fala de Lewinsky, contudo, teve um tom positivo. "Você pode insistir em um final diferente para sua história", foi o recado que ficou da ativista – que ainda está tentando escrever o dela.