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“As mulheres nesta fase costumam ficar mais desanimadas por conta da baixa hormonal, mais depressivas e irritadas, e, como a atividade física libera hormônios e neurotransmissores que ajudam a melhorar o humor, são uma boa opção”, explica o educador físico John Fagner Santos Gama. Para o ginecologista Assis Persiano, a atividade física é saudável em qualquer circunstância. “Ela traz uma sensação de bem-estar e melhora na qualidade do sono, fatores que ficam reduzidos com a menopausa. Para a mulher que está nessa fase, pode amenizar ou até fazer com que ela passe pelos sintomas sem percebê-los”, explica.
E a corrida, especificamente, é um dos melhores remédios contra os incômodos do climatério. Como atividade aeróbica, ajuda na qualidade respiratória, circulatória e reduz a hipertensão, além de ter melhores reflexos nos sintomas de humor e nos calores típicos. “Mas quem pratica exercícios para tonificar a musculatura pode ter resultado em outras questões, como na perda de massa muscular”, completa o médico.
A aeroviária aposentada Jânia Sá, 54 anos, conta que sofreu muito os efeitos da menopausa antes de se aventurar na corrida. “Eu não conseguia dormir à noite, e, por isso, acordava sem paciência, mal-humorada e muito irritada. Foi uma das piores fases da minha vida. Eu me aposentei, fiquei sem muita atividade e entrei na academia. Tomava vários remédios, estava deprimida, engordei. Quando vi que os colegas faziam corrida de rua, resolvi testar”, lembra. A família também a incentivou a melhorar os hábitos alimentares e fazer mais exercícios sob orientação de profissionais da área. Jânia se apaixonou pela nova vida.
Três meses depois de começar, a aposentada passou a perceber que não sofria mais com os sintomas da menopausa e abandonou os remédios que tomava — inclusive um para controlar o colesterol, já que, desde que começou com o exercício, as taxas voltaram para níveis normais. “A corrida transformou a minha vida, me trouxe uma alegria muito grande. A liberdade que se sente correndo traz uma leveza muito grande. Hoje, durmo muito bem, não me sinto irritada nem mal-humorada”, explica.
O treino para quem quer fugir dos sintomas da menopausa não é específico, mas é aconselhável procurar um especialista para montar um programa de exercícios. “A atividade deve ser sempre individualizada, mas não faz diferença se a mulher passa pelo climatério ou não. De todo jeito, é bom manter o professor informado, para que ele possa tomar mais cuidado na elaboração do treino”, afirma John. E é preciso lembrar que a atividade física não é a única aliada contra os sintomas da menopausa — alguns problemas, como o envelhecimento acelerado, o ressecamento vaginal e a pré-disposição à osteoporose, por exemplo, não são resolvidos apenas com exercícios.