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Cientistas identificam remédio que protege o coração da doença de ChagasUSP descobre nova substância que pode ser usada contra doença de ChagasHomens são grupo mais atingido pela pior fase da Doença de ChagasPesquisa aponta relação entre doença de Chagas e depressãoPesquisa mostra que ambientes urbanos não estão livres do barbeiroA especialista sustenta que o Brasil e o Sistema Único de Saúde (SUS) foram bem-sucedidos no controle do mal, mas diz que existem muitas espécies silvestres do barbeiro, inseto vetor da doença, no meio ambiente. “Ainda ocorrem muitos surtos de Chagas por causa de pessoas que tomam açaí contaminado, não pasteurizado.” O produto em geral é contaminado quando um barbeiro ou as fezes dele se misturam à polpa durante o processamento. “Os governos precisam continuar investindo nas condições de moradia e saneamento das populações, assim como no controle do vetor nos países em que isso ainda não foi feito”, alerta.
Identificando o inimigo
Na busca por métodos mais eficazes, o aplicativo criado por pesquisadores da Fiocruz Minas dá importante passo na identificação dos triatomídeos, como são chamados os barbeiros. Desenvolvido nos últimos dois anos, o Triatokey funciona sem internet e de forma simples: o usuário responde a um questionário sobre características visíveis do inseto a ser identificado. A cada pergunta as possibilidades se estreitam – ao todo, 38 espécies (24 pertencentes ao gênero Triatoma, sete ao gênero Panstrongylus e sete ao gênero Rhodnius) foram catalogadas. Para facilitar a pesquisa, cada questão aponta fotos que podem ser ampliadas. No fim do processo, é possível saber qual o gênero do inseto do qual a picada foi originada.
A doutora e pesquisadora Rita de Cássia Moreira de Souza, do Laboratório de Triatomíneos do Centro de Pesquisas René Rachou (Fiocruz-Minas), criadora do projeto, ressalta que para a elaboração da lista foram considerados a ocorrência da doença no Brasil e a importância epidemiológica. A ferramenta, segundo ela, se torna útil principalmente em municípios distantes, uma vez que há alta rotatividade de agentes em campo e longa espera para capacitação. “Para a próxima versão, estamos trabalhando para conseguir ampliar esse número e melhorar a qualidade das imagens disponibilizadas. Uma vez disponível na rede, esperamos que o aplicativo também possa ser usado pelo público em geral, com a finalidade de ajudar a população a reconhecer os vetores da doença de Chagas e como ferramenta para fins educativos.”
Inicialmente, o Triatokey tem sido usado em treinamentos e ensino, nos cursos do serviço de referência e nas aulas da pós-graduação da Fiocruz. Porém, já está disponível na internet por meio do site triatokey.cpqrr.fiocruz.br. A versão para celulares e tablets estará disponível em breve para download gratuito na loja virtual Play Store. Para aperfeiçoá-lo, pondera Rita, é necessário financiamento externo. “Até o momentoo, todo o desenvolvimento do aplicativo foi realizado pelo esforço pessoal de cada colaborador que atuou no projeto.”