Ao todo, nos três países mais afetados, 24.350 pessoas foram infectadas pelo vírus, dentre as quais 10.004 morreram, segundo o balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS). Alguns casos foram registrados em seis outros países, onde houve um total de 15 vítimas fatais.
Desde o início desta epidemia, no início de 2014, foram registradas 4.162 mortes num total de 9.343 pessoas infectadas na Libéria. Há seis meses, durante o pico da epidemia no país com maior taxa de mortalidade, cerca de 300 novos casos eram registrados semanalmente, segundo a OMS.
Nos outros dois países mais afetados, em Serra Leoa, 11.677 pessoas foram contaminadas, dentre as quais 3.655 não resistiram, e na Guiné, 3.330 pessoas foram infectadas, contabilizando 2.187 mortes.
O marco das 10.000 mortes foi ultrapassado no momento em que a OMS notou, nas últimas semanas, sinais encorajadores quanto à evolução da epidemia. Nesta quarta-feira, a organização ressaltou que durante duas semanas consecutivas a Libéria não registrou nenhum caso novo.
Para Serra Leoa, o médico Bruce Aylward, chefe das operações de ebola para a OMS, afirmou durante coletiva de imprensa que houve "58 casos na semana passada, o menor número registrado desde junho de 2014(...), o que sugere que o país está em um bom caminho".
"Agora temos a prova de que o ebola pode ser contido", comemorou, lembrando que ainda é muito cedo para dizer que a epidemia foi erradicada.
A epidemia de ebola na África Ocidental, a mais grave desde a identificação do vírus na África central, em 1976, começou em dezembro de 2013 no sul da Guiné, antes de se propagar para a Libéria e Serra Leoa. O vírus só foi identificado em março de 2014.
A OMS decretou em 8 de agosto uma "emergência de saúde pública mundial" e pediu uma "resposta internacional coordenada" para enfrentar a doença.
Vacina
A primeira vacina contra o ebola, a VSV-EBOV, elaborada pela agência de saúde pública do Canadá, está em fase de testes clínicos desde 7 de março na Guiné, última etapa antes de sua comercialização. A outra vacina, desenvolvida pela farmacêutica britânica GSK (GlaxoSmithKline) em parceria com o instituto americano de alergias e doenças infecciosas (NIAID) está sendo testada desde fevereiro na Libéria.
As equipes médicas locais e internacionais pagaram um preço alto em seu combate contra a epidemia de ebola.
Uma enfermeira britânica, membro do exército, testada positivo para o vírus ebola em Serra Leoa, foi repatriada nesta quinta-feira para o Reino Unido, onde ela foi deu entrada no Royal Free Hospital de Londres.