Entenda a importância da extração dos sisos para a saúde bucal

Nos adultos, extrair os sisos é mais complicado

por Gláucia Chaves 07/03/2015 15:00
Remover os sisos pode até parecer um procedimento voltado para crianças ou adolescentes, mas, em muitos casos, os “dentes do juízo”, como são conhecidos, só são retirados na idade adulta. Quando isso acontece, o procedimento pode ter algumas implicações na saúde geral, uma vez que o dente pode apresentar cáries ou desencadear doenças gengivais. “Quanto mais precoce a remoção, melhor”, reforça a cirurgiã dentista bucomaxilofacial Ana Paula Zanchenko Fonseca. Segundo a especialista, adultos se recuperam mais lentamente do procedimento de extração. Por consequência, podem ocorrer cistos odontogênicos — lesões benignas provenientes de um tecido que origina o gérmen dentário.

Esse paciente também está suscetível a disfunções da articulação temporomandibular (DTMs). “Na verdade, os sintomas da DTM são indícios de que é preciso remover o siso”, completa Ana Paula. Dores de cabeça, estalos, a sensação de desencaixe ao abrir e fechar a boca e dores na mandíbula estão entre os sinais da disfunção. A não retirada do siso pode, ainda, ocasionar focos inflamatórios — que, por sua vez, tendem a desenvolver problemas cardiovasculares (como infarto) e acidentes vasculares cerebrais (AVC). “Grande parte dos pacientes acima de 60 ou 70 anos chega ao consultório sem saber que possuem os terceiros molares e, por isso, é bastante comum ocorrer degeneração intraóssea e formação de pequenos focos de infecção, que podem comprometer a saúde de forma grave”, completa o cirurgião bucomaxilofacial José Flávio Torezan.

Mas por que, em algumas pessoas, o dente do siso só nasce na idade adulta? Ainda de acordo com Ana Paula Fonseca, na verdade, o siso nasce aos 18 anos. Em alguns casos, contudo, ele não erupciona — ou seja, fica interno. “Isso pode acontecer por uma má-formação ou por deficiência de espaço para a erupção”, detalha. Ainda que o dente não venha à tona, a recomendação, geralmente, é que ele seja retirado, para evitar inflamações e infecções. “Mas isso quem vai determinar é o cirurgião dentista”, frisa a especialista.

Valdo Virgo/CB/D.A Press
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