Os investigadores debruçaram-se sobre o mecanismo pelo qual o vírus ebola infecta uma célula. A observação deu destaque a uma pequena molécula chamada tetrandrina, derivada de uma erva asiática. O objetivo do cientista e autor Robert Davey era parar o vírus antes que ele tenha a chance de entrar ou interagir com fatores celulares, pois esse é um primeiro passo fundamental para combater a infecção. Os pesquisadores demonstraram, com experimentos em laboratório, que essa potente pequena molécula consegue impedir a infecção dos glóbulos de defesa in vitro ou em placas de petri. A estratégia frustrou o desenvolvimento da doença em camundongos.
O vírus ebola primeiramente se liga a proteínas da superfície das células. Em seguida, é levado para dentro delas e segue uma via endossomal, ou seja, é transportado para vários compartimentos celulares. Estudos anteriores indicam que a sinalização de cálcio — que permite a transmissão de cargas elétricas entre as células — é importante durante o processo endossomal do vírus.
Os investigadores descobriram que dois canais de poros (TPCs) exercem papel-chave para que patógeno consiga entrar nas células e se multiplicar. “Esses TPCs precisam essencialmente ser ligados para que o vírus funcione corretamente”, resume Davey. Foram, então, testadas substâncias que pudessem neutralizar esses detetores de cálcio. A tetrandrina mostrou-se a mais eficaz, com pouca toxicidade e demandando um dose menor de aplicação.