Bem resolvidas, muitas escolhem abrir mão do casamento e viver sozinhas, o que não significa que sejam solitárias. Os amigos se tornam família e companhia constante. Algumas escolhem ter filhos por conta própria. Outras se casaram com o trabalho, e são felizes e realizadas assim. Para quem sabe o que quer, o espaço vazio é, na verdade, um alívio.
“No Brasil, não encontramos um número muito significativo de mulheres com mais de 60 anos que não se casaram”, explica o professor Vicente Paulo Alves, coordenador do programa de pós-graduação em gerontologia da Universidade Católica de Brasília. “A impressão que eu tenho é que havia uma certa pressão para o casamento, mas algumas pessoas tomaram a decisão particular de não subir ao altar naquele momento e as circunstâncias não permitiram que elas se casassem no futuro.”
Segundo Vicente, o interessante é que as mulheres que fizeram essa escolha costumam ser mais felizes na velhice em comparação às que se casaram por pressão da sociedade. “É comum ouvir o relato de viúvas que se sentiram muito mais livres após a morte do marido. Acredito que casamento não é para todo mundo e pode acabar se tornando uma prisão para quem não tem o perfil”, avalia.
O professor conta que as pessoas que não se casaram costumam ter mais facilidade para fazer amigos. A vida social é de extrema importância na terceira idade — são os familiares, os vizinhos e os amigos que garantem uma rede de apoio e afastam os problemas de depressão. Idosas que ficaram casadas por muito tempo costumam ter dificuldade para expandir os contatos e acabam limitadas ao núcleo familiar.
Casamento? Não, obrigada!
Para a aposentada Eliana Santos, 62 anos, a falta de marido foi uma opção. Na juventude, namorou dos 14 aos 21 anos. Gilberto era o seu grande amor, o homem com o qual queria passar o resto da vida. Descobriu que ele a traia. “Por isso, saí de Belém do Pará e me mudei para Brasília, para fugir. Vim sozinha, fiquei na casa da família de uma amiga para tentar a vida na capital. Mas continuei a trocar cartas com ele, que prometia largar tudo em Belém para morar comigo aqui. Coração de mulher não tem jeito. Um ano depois, fui para lá buscá-lo”, conta. Foi recepcionada por uma jovem grávida, já quase tendo o bebê, chorando porque o pai da criança queria fugir para Brasília com uma namorada.
Eliana fingiu que era só uma amiga e esperou Gilberto chegar. Arranjaram uma desculpa para ficar a sós, e foi aí que o relacionamento acabou de vez. “Risquei da minha vida, terminei tudo. Eu não ia deixar uma coisa dessas. Ele continuou me mandando cartas, mas eu rasgava todas sem abrir”, lembra. Depois disso, abandonou a ideia de se casar.
Teve vários namorados, mas desencorajou os que pretendiam levá-la ao altar. “Paixão mesmo, foi só pelo Gilberto. Eu tive uma sorte engraçada de encontrar namorados que queriam se casar, mas eu não queria. Coloquei minha carreira como prioridade.” Pesou em sua decisão a falta de exemplos positivos — a mãe teve três maridos. “Nunca me vi casada, nunca mais fui apaixonada o suficiente para conviver”, pondera.
Pouco tempo depois da decepção amorosa, a mãe e os irmãos se mudaram para a capital, e Eliana reconstruiu sua vida. Tornou-se servidora pública, comprou um apartamento. Com a vida estabilizada, decidiu ser mãe. Convocou o namorado da época e garantiu: queria filho, mas não queria se casar. Que fosse produção independente. Não precisava de ajuda financeira. Criou o filho sozinha. “Na época, fui muito audaciosa de querer ser mãe solteira, mas eu não me importo com a opinião dos outros. Sou muito despachada. Acho que assim a gente sofre menos”, explica. Hoje, o filho tem sua própria família e Eliana segue independente, morando sozinha no imóvel de três quartos.
“As pessoas falam de solidão, mas isso não existe. Não sei o que é. Mantenho a minha cabeça ocupada. Tenho muitos amigos, e eles sempre me chamam para sair, para passear — nunca acendi meu fogão para fazer almoço de domingo. E uso o tempo que sobra para ajudar quem precisa. Sou voluntária em várias ações, ajudo de crianças órfãs a pacientes com câncer terminal”, conta. E tem mais: ela faz aulas de espanhol pelo Skype, dá aulas de costura e viaja o mundo. Todos os anos, contacta uma agência de turismo para organizar suas viagens e vai. Já conheceu a Turquia, Jerusalém, Estados Unidos, Canadá e vários países da Europa.
Se a rotina é superanimada e corrida, a religião é um alento, uma certeza de que nunca está sozinha. “Minha felicidade não está dependendo de ninguém. Sei que Deus está comigo”, afirma. O último namorado foi aos 48 anos. Por conta da reaproximação com a igreja e da opção firme pela vida de solteira, riscou os amores da vida. Nem se Gilberto, o amor da juventude, aparecesse em um cavalo branco. “De jeito nenhum, não vou cuidar de homem. Não cuidei nova, agora então…”
Para as amigas que se casaram, divorciaram e hoje vivem sozinhas, Eliana é um exemplo. Se estão deprimidas, tristes, a aposentada já dá a dica — vá ocupar a cabeça! “Não dá tempo de ficar triste. É só saber se organizar.”
"As pessoas falam de solidão, mas isso não existe. Não sei o que é. Mantenho a minha cabeça ocupada" - Eliana Santos, 62 anos
Novos valores
A fisioterapeuta Luiza Rodrigues, 37 anos, faz parte de uma geração de mulheres que já não é tão preocupada com o bendito casamento. Nascida em Petrópolis (RJ), Luiza já quase se casou — foi noiva aos 21 anos, mas o casamento foi interrompido por uma tragédia. O noivo faleceu. “Sonhei uma semana antes que ele, que era engenheiro, caía de uma obra. Foi o que aconteceu, e a obra era a casa que estávamos construindo”, lembra.
A duras penas, Luiza domou a infelicidade e, dois anos depois, voltou a namorar, mas nada muito sério. “Os meus pais estão casados há 40 anos, o meu referencial é esse. Hoje, as pessoas se casam e se separam com tanta facilidade que acho que não vale a pena. Consegui organizar minha vida, abri minha clínica, comprei meu apartamento e meu carro, tudo sozinha. Não é qualquer pessoa que vou colocar dentro da minha casa”, reflete.
Luiza vive a vida de solteira sem nenhum problema. Trabalha muito (acorda às 5h e só volta às 22h), mas a convivência com várias pessoas ao longo do dia torna a rotina mais leve e interessante. Nos fins de semana, sai com os amigos e viaja sempre que possível. Se não consegue companhia, vai de qualquer jeito — tanto é que uma das melhores viagens foi para o réveillon no Chile, totalmente sozinha. Lá, arranjou companhia para aproveitar o passeio.
Não que a fisioterapeuta não queira uma família — apenas não busca ativamente por um companheiro. O homem perfeito terá que valer a pena, revolucionar sua vida. Se aparecer, apareceu. A geração de Luiza não encara a busca por um marido como prioridade. Antes vêm os estudos, o trabalho. Há pouco tempo, terminou um relacionamento de cinco anos e conta que as amigas passam por um momento semelhante. Casar-se seria legal? Sim, mas ser solteira também é. E a fisioterapeuta tem o raro apoio da família — os pais não a apressam, não sonham com um casamento-relâmpago e com netos. A prioridade é que a filha seja feliz.
Uma vida plena
Para a professora aposentada Maria de Lourdes da Costa, 68 anos, a vida solteira, sem marido, não é sinônimo de solidão. Natural do Rio de Janeiro, a professora mudou-se para Brasília em 1966, ainda pequena, a convite da tia, para “melhorar de vida”. A cada ano, um dos oito irmãos de Maria vinha de mala e cuia para Brasília e, por isso, a casa da tia sempre esteve lotada.
Maria teve seus namorados, mas nenhum foi uma paixão avassaladora o suficiente para tirá-la de casa. Foi morando com a família que terminou os estudos, fez faculdade de pedagogia, foi professora, ganhou seu dinheiro, comprou um apartamento e, agora, aproveita a merecida aposentadoria. A casa própria, ela tem apenas pelo patrimônio — até hoje mora com a tia, de 86 anos, por escolha. “O tempo foi passando e passou. Sempre me envolvi muito com estudo e trabalho, acabei não tendo oportunidade de me casar. Mas não acho ruim, não sou só por ser só. Convivo muito com a minha família, estamos sempre juntos. A vontade de ser mãe é suprida com meus sobrinhos. Não sobra tempo para me sentir sozinha”, explica.
A aposentada conta que os amigos também são companhia constante — um grupo se encontra pelo menos uma vez por mês, e os colegas do grupo dos Mais Vividos, do Sesc-DF, organizam viagens e atividades com frequência. “Tenho muitas atividades, saímos para passear, vamos ao teatro. E com o tempo que sobra, faço trabalho voluntário. Vou levando a vida”, conta a aposentada. Hoje, uma das prioridades é a saúde da tia, que cuidou de toda a família e, agora, é cuidada por Maria de Lourdes. E assim, com muita naturalidade, o casamento deixou de ser perspectiva.
Aliança consigo mesma
Nos últimos anos, uma onda interessante vem acontecendo. Cansadas de esperar pelo príncipe encantado e por um casamento digno de princesa, várias mulheres escolhem casar-se consigo mesmas. Elas se vestem de véu, grinalda e vestido branco para celebrar as bodas com a autoestima. A justificativa é mostrar ao mundo que elas se aceitam bem como são e não precisam colocar a responsabilidade de serem felizes em outras pessoas — nem ceder à pressão da sociedade.
O autocasamento funciona exatamente como um casamento entre duas pessoas — há o pedido, a festa, com direito a troca de alianças e beijo no espelho ao final da cerimônia, festa e, claro, lua de mel. A moda ainda não chegou ao Brasil, mas é febre internacional. Uma das primeiras adeptas foi a taiwanesa Chen Wei-yi, 35 anos, que subiu ao altar em 2010. Na época, Chen declarou que casar-se consigo mesma era uma forma de mostrar que é confiante e que se aceita como é. “Devemos nos amar antes de podermos amar os outros. Eu devo me casar comigo antes de casar com alguém especial”, acrescentou.
Até pessoas divorciadas estão escolhendo casar-se consigo mesmas. A americana Nadine Schweigert, por exemplo, tem três filhos e resolveu se casar em 2012 para terminar um ciclo — ela passou vários anos participando de grupos de terapia e autoaceitação para reconhecer que a felicidade não deve ser depositada em terceiros. Em janeiro, outra americana reacendeu a discussão sobre autocasamento. Depois de vários relacionamentos, a professora Yasmin Eleby decidiu coordenar a festa dos seus 40 anos com o casamento consigo mesma. A decisão foi tomada por não ter encontrado alguém que a amasse tanto quanto ela amava a si mesma.
Todavia, se os defensores da prática acreditam que esse tipo de cerimônia ajuda a fazer as pazes consigo mesmo, o psicólogo Fábio Caló opina que as núpcias consigo funcionam mais como uma forma de compensar o que a vida não ofereceu. “É comum ver pessoas tentando suprir todos os problemas emocionais por si só, mas acho difícil viver sozinho de forma suficiente.”
Irmãs inseparáveis
Maria José de Oliveira, 65 anos, Juvelina de Oliveira, 72, e Geralda de Jesus, 75, são ótimos exemplos de que a vida não precisa ser atrelada a um homem para ser feliz. As três fazem parte de uma família mineira grande — são 13 irmãos. Geralda conta que o casamento, na verdade, foi descartado depois de dois noivados. “Fui criada para me casar. Fiquei noiva pela primeira vez aos 18 anos, mas meu pai faleceu e eu desisti do matrimônio para ajudar minha mãe a cuidar dos meus irmãos. Cinco anos depois, arranjei outro noivo, mas não deu: o problema não era só com ele, eu não queria me casar”, revela. Foi quando decidiu que seria uma exceção — não subiria ao altar. De lá para cá, não quis nem namorado, e afirma ser feliz do jeito que é.
“Já eu, queria ser mãe, mas não queria ser esposa. Acho que nunca tive vocação para casamento, acredito que não faria o outro feliz. Quando falei para a minha mãe, ela disse que a responsabilidade de criar uma criança sozinha era enorme. Desisti da ideia, e acho que foi melhor assim”, explica Juvelina. Ela se tornou professora e foi uma verdadeira mãe para seus alunos. Hoje, aposentada, afirma que não mudaria nada na própria vida. “Não tenho obrigação com ninguém e faço o que quero. Estou satisfeita com o que tenho.”
A caçula, Maria José diz, que se decidiu pela solterice aos 48 anos. Antes disso, namorou muito e foi noiva. Mas, um dia, a vontade de juntar as escovas de dentes passou. “Acho que não me casei muito por comodismo, não queria deixar a minha vida confortável. Não que a vida de casada seja ruim, mas eu não me casaria por casar. Quando o tempo passou, eu vi que não seria mãe, decidi que não queria mesmo”, reconhece. E a família apoia a decisão das três. A mãe, inclusive, preferia que as filhas continuassem solteiras. “Ela foi muito feliz no casamento, mas enxergava todas as dificuldades. E nós percebemos isso com a nossa irmã mais velha, que teve 16 filhos”, explica Maria José.
As irmãs são tão ocupadas que não sobra tempo para a solidão. Fazem exercícios, visitam os amigos e a família, viajam e curtem a vida. Ao posarem para as fotos da reportagens, foram muitos os vizinhos que passaram para cumprimentá-las. A simpatia e a alegria estão estampadas nos sorrisos. “Procuramos ser felizes no que a vida deu para a gente. Quando eu era mais jovem, me sentia só, mas hoje não. Eu me sinto muito amada, tenho várias atividades, convivo muito com a minha família. Às vezes, preciso até ficar um pouco sozinha, de um espaço para mim”, explica Juvelina.
As três sempre viveram juntas. Atualmente, dividem um apartamento no Guará. São muito diferentes, mas tudo o que fazem, fazem juntas. “Brincamos que o que uma decide, a outra assina embaixo”, conta Geralda. “Nós nos respeitamos muito. Quase não brigamos, somos amigas, além de irmãs. Vivemos tranquilas”, afirma Maria José. A professora aposentada conta que a vida solteira na terceira idade é maravilhosa. “As casadas não têm o mesmo tempo que nós para aproveitar a vida; elas têm que se preocupar com outras coisas. Nós decidimos o que fazer. Se queremos viajar, é só fechar a casa e ir embora. Somos felizes.”
Por outro lado…
“A primeira vantagem do casamento é a busca de um contexto estável, seguro, para que o indivíduo possa investir tempo e energia em outras coisas, como profissão e estudos”, explica o psicólogo e mestre em análise do comportamento Fábio Caló. Segundo ele, a pessoa que não se relaciona nesse nível perde a oportunidade de desenvolver habilidades interessantes. “Talvez o casamento seja uma das relações mais delicadas em termos de aprender a lidar com as diferenças, de saber ceder”, afirma. Ao mesmo tempo, a pessoa que não se casa tem menos amarras, pode tomar decisões mais rapidamente e, talvez, dê um salto na vida pessoal que os casados não dariam.
Fábio avalia que, em geral, os relacionamentos proporcionam felicidade. Por isso, ser completamente só não é suficiente. “O ser humano precisa de socialização. Se não existe um companheiro, é preciso saber construir pontes e vínculos fortes com amigos e a família, até pelo sentido mais prático, de ter alguém para se responsabilizar pela pessoa nos momentos de necessidade. Acho pouco provável que a solidão se viabilize do ponto de vista emocional”, acredita o psicólogo.
Espírito livre
Depois de ver todas as amigas se casarem, a argentina Paula Schargorodsky decidiu que não poderia ser uma esposa perfeita. Ela não queria um relacionamento intenso e rápido, mas também não queria uma família com uma cerca branca. Descobriu que, ao se amar e se aceitar, o mundo muda, e que a felicidade é uma escolha. O vídeo Solteira aos 35 foi lançado em 2013 e pode ser visto aqui: https://migre.me/ozv4k
ENTREVISTA
Grace Gelder
Em 2014, a fotógrafa inglesa Grace Gelder, 31 anos, resolveu “se casar consigo mesma”. Solteira havia anos, a ideia do autocasamento saiu de uma canção da cantora islandesa Björk (em Isobel, a personagem principal da música afirma ter se casado consigo mesma). A cerimônia foi testemunhada por cerca de 50 pessoas, entre amigos e família. Em entrevista à Revista, Grace conta que não se arrepende da decisão e a recomenda a todas as pessoas, solteiras ou comprometidas.
Por que você decidiu se casar consigo mesma?
A decisão de me casar comigo foi tomada principalmente como resultado de eu estar “solteira” (fora de um relacionamento sério) por seis anos. Eu senti que, se eu estivesse com um parceiro por seis anos, eu gostaria de celebrar a distância que viajamos juntos e fazer alguns compromissos para o futuro que criaríamos juntos. Provavelmente, eu ia querer fazer algum tipo de celebração. Por que eu não poderia fazer o mesmo para celebrar as conquistas e as lições que eu aprendi sobre mim mesma?
Por que optou por uma cerimônia testemunhada por outras pessoas?
Ideias vêm e vão todo o tempo, mas normalmente as ideias que envolvem uma audiência, seja uma exibição ou um show ao vivo, são as que eu levo a sério. E dizer meus votos na frente dos meus amigos significa que eu serei responsabilizada por eles de um jeito que eu não necessariamente seria por mim mesma.
O que mudou desde o casamento?
Além de experimentar inesperadamente a atenção da mídia e aprender a dar entrevistas, eu me sinto mais confiante e como se eu tivesse um entendimento básico do que é importante para mim. Ter gasto tanto tempo escrevendo os votos significa que eu tenho um conhecimento mais claro dos meus valores, e isso me ajuda muito a tomar decisões.
Estar casada consigo mesma atrapalha na hora de iniciar novos relacionamentos?
Não, pelo contrário, eu acredito que me ajuda a começar relacionamentos mais saudáveis. Muita gente passa pela vida sem saber o que quer e esperando que outras pessoas a ajudem a descobrir.
Existe uma grande pressão da sociedade para se casar e evitar a solidão na velhice. Você tem esse medo?
Não tenho essa preocupação. Tenho uma ótima relação comigo mesma e sou uma criatura social, com muitos amigos. Tenho sorte que a minha cultura está se distanciando cada vez mais da ideia de que o casamento deve ser tudo — e não se casar é um sinal de que você é solitário e tem algum problema. Eu gostaria de conhecer um parceiro interessante. Imagino que um relacionamento com outra pessoa seria uma aventura completamente diferente. Mas eu tenho certeza de que, se isso estiver no meu futuro, vai acontecer na melhor hora possível!