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A pesquisa foi feita entre 2005 e 2010 com 21.000 adolescentes que foram vacinadas e 186.000 que não receberam a vacina. As jovens dos grupos tinham entre 12 e 18 anos e viviam na mesma região dos Estados Unidos, detalhou o estudo publicado na revista especializada da Associação Médica Americana (JAMA).
Foi medida trimestralmente a taxa de doenças sexualmente transmissível (DSTs) antes e depois da vacina. A taxa aumentou nos dois grupos no mesmo ritmo e permaneceu quase idêntica à medida que as meninas cresciam.
Os cientistas determinaram que o comportamento sexual das adolescentes vacinadas não mudou por causa da vacina. "Se o fato de vacinar estas jovens contra o HPV causasse um aumento de atividades sexuais arriscadas, teríamos observado um aumento forte das taxas de infecções sexualmente transmitidas (...), e não foi o caso", explicou Seth Seabury, da Universidade do Sul da Califórnia e principal coautor do estudo, financiado pelos Institutos Americanos da Saúde (NIH).
A criação, em 2006, da primeira vacina contra o HPV (Gerdasil, do laboratório americano Merck) provocou alerta entre alguns pais, pediatras e legisladores nos Estados Unidos. Segundo os críticos, vacinar adolescentes incentivaria atividades sexuais precoces e arriscadas e alguns estados do país se opuseram a implementar um programa de vacinação obrigatória.
Atualmente, as autoridades de saúde recomendam que se vacinem meninos e meninas pré-adolescentes para prevenir o HPV, que dificilmente é detectado, mas pode causar câncer no colo do útero, ânus, pênis, boca e garganta.
No entanto, só 38% das meninas e jovens de 13 a 17 anos nos Estados Unidos receberam as três doses recomendadas em 2013. O número de meninos vacinados é ainda menor, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças.