O próprio Ministério da Saúde admite que os resultados variaram pouco nos últimos anos, mesmo com as campanhas de estímulo à prevenção da Aids e ao uso da camisinha. Há 11 anos, 58% dos entrevistados informaram ter tido relações eventuais sem o contraceptivo, e 96,9% sabiam da importância do recurso. Dados de 2008 mostram que 48% transaram sem o uso. “Isso significa, de maneira muito contundente, que não podemos continuar lidando na sociedade brasileira apenas com o preservativo”, admitiu o ministro da Saúde, Arthur Chioro. “É uma mensagem muito clara. A camisinha perde seu espaço? Em hipótese alguma. Mas precisaremos lidar com outras estratégias”, completou.
A pesquisa também mostra que o brasileiro tem tido um comportamento sexual mais liberal nos últimos anos. Em 2008, apenas 9,3% dos 8 mil entrevistados tinham feito sexo casual com mais de cinco pessoas. Em 2013, esse número havia subido para 12,1%. Ao mesmo tempo, apenas 25,9% dos brasileiros haviam relatado ter tido mais de 10 parceiros ao longo da vida em 2008. Cinco anos depois, esse número atingiu 43,9% dos entrevistados. A PCAP consulta pessoas com idades entre 15 e 64 anos.
#partiuteste
O ministério lançou ontem a campanha de combate à Aids durante o carnaval. O mote adotado este ano é o #partiuteste. O objetivo é combinar a distribuição de preservativos com o incentivo à testagem, especialmente de jovens na faixa etária entre 15 e 25 anos. “Este ano, o ministério não centrará a campanha apenas no uso de preservativos. Os dados indicam que focar as campanhas apenas nesse uso tem limites. Essa nova estratégia se materializa em três dimensões: primeiro, no uso do preservativo; segundo, na convocação da população a fazer regularmente o teste; e, em terceiro lugar, no início imediato do tratamento em caso de teste positivo”, disse Chioro.
Ao todo, o governo federal pretende distribuir cerca de 120 milhões de preservativos no país durante as festividades.