A Superintendência de Alimentos, da Vigilância Sanitária Municipal, fiscalizou, desde dezembro de 2014, 342 estabelecimentos, aplicou 95 multas e inutilizou 1 tonelada de alimentos, sendo a maioria carnes, bacalhau, aves e salgadinhos, em toda a orla carioca.
As altas temperaturas, somadas à falta de higiene no preparo dos alimentos, estimulam a proliferação de microorganismo que aumentam as chances de os produtos estragarem, explica o superintendente de Alimentos da Vigilância Sanitária Municipal, Luiz Carlos Coutinho. Ele alerta que, na praia, por exemplo, devem ser evitados todos os derivados de animal, como o queijo coalho na brasa e o espetinho de camarão.
“O camarão tem todos os riscos possíveis e imagináveis: tem corante, para dar aquela cor avermelhada e passar uma falsa impressão de frescor, tem a validade e a falta de higiene no preparo. Geralmente, está passado porque foi retirado há horas e horas do gelo, portanto, cheio de microorganismos ”, destacou Coutinho.
No pós-praia, ele sugere evitar ainda o churros e o milho. “Há casos em que a água do milho e o próprio milho estão cheios de larva, porque água de cocção não é trocada há dias.”
A nutricionista Edna Garambone lembra que os sanduíches com salpicão ou qualquer produto que contenha maionese devem ser rejeitados nesta época. Apesar de o sanduíche natural ser um hábito do carioca, ela alerta que, fora da refrigeração, o produto estraga rápido. A orientação é optar por frutas que contenham bastante água como melancia, melão e manga. “Banana, maçã, pera e ameixa frescas são fáceis de transportar”, acrescenta Edna.
Para quem não se contenta com frutas na refeição, o superintendente diz que o melhor mesmo é levar comida de casa. Segundo Coutinho, a comida preparada no mesmo dia e armazenada em isopor tem menos chances de fazer mal à saúde.
A família de Vânia Bastos Domingos, de 43 anos, mesmo sem saber da recomendação, já cumpre à risca. Aproveitando o dia na Praia de Ipanema, levou sanduíches de queijo e bebidas em uma bolsa térmica. Ela não acrescentou nem presunto. “Não gosto de colocar para não estragar, com esse calor não dá para arriscar”, comentou.
Pensando em economizar, Nilcéia dos Santos, de 42 anos, e as três filhas também fizeram sanduíches para passar o dia na praia. “Trouxe tudo de casa, tudo armazenado aqui na bolsa. Só compramos aqui o gelo para não carregar bolsa pesada”, contou.
Segundo Coutinho, o frango assado, quando preparado no mesmo dia e bem armazenado, também pode ser uma alternativa sem provocar qualquer infecção intestinal. “Não é vergonha ser farofeiro. São pessoas que fazem a comida fresquinha, o empadão, o frango ou o sanduíche e sabem que esses produtos têm um tempo para ser consumidos.”
Fora de casa, também é preciso evitar tomar bebidas na lata ou diretamente nos frascos. O ideal é usar o canudinho ou copos plásticos, sem encostar a boca no recipiente.