O remador e advogado Caetano Penna Franco Altafin Rodrigues da Cunha, conhecido como Caê, inicia hoje (17) a travessia do Oceano Atlântico, entre as Ilhas Canárias, na Espanha, e Barbados, no Caribe, com o objetivo de ajudar no financiamento da pesquisa do osteossarcoma, desenvolvida pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), do Ministério da Saúde. Caê será acompanhado por sete remadores estrangeiros que percorrerão, no total, 5,5 mil quilômetros.
O melhor amigo de Caê, Rafael Cordeiro, morreu com osteossarcoma, tumor maligno dos ossos, em 2006. Para retribuir o tratamento recebido pelo amigo no Into, o advogado decidiu auxiliar nas pesquisas sobre esse tipo de câncer que atinge pessoas de todas as idades, mas tem maior incidência em crianças e jovens em fase de crescimento. Esse tumor é bastante agressivo, atinge ossos das pernas, dos braços e da coluna e apresenta índice de mortalidade elevado. Cerca de 50% a 60% dos doentes com osteossarcoma morrem em cinco anos, de acordo com o Into.
Com o objetivo de colaborar com as pesquisas, Caê lançou no ano passado, na internet, a campanha “Remacaê – Ajude o Caê a Cruzar o Atlântico”, visando a reunir patrocinadores para financiar a viagem e as pesquisas do Into. A ideia inicial, como disse o remador à Agência Brasil por ocasião do lançamento da campanha, era que para cada R$ 1 coletado, R$ 0,50 seriam destinados ao instituto.
Ontem (16), ele comunicou à imprensa a decisão de que todos os valores arrecadados pelo crowdfunding (financiamento coletivo) serão direcionados para o Into. Até agora, foram arrecadados cerca de R$ 30 mil, informou a assessoria de imprensa do instituto.
O remador disse que a competição para quebrar o recorde de 32 dias e cinco horas da travessia continua grande na Europa. Ele espera ter competência e êxito para superar esse tempo.
As pesquisas com células-tronco tumorais em pacientes com diagnóstico de osteossarcoma foram iniciadas em agosto de 2012. Segundo a instituição, o tratamento envolve grandes procedimentos cirúrgicos, como a amputação em 27% dos casos, ou a substituição do membro por prótese ou enxerto ósseo. O Into acredita que o estudo vai fornecer informações importantes para que os médicos tenham condições de, no futuro, programar um tratamento oncológico individualizado para os pacientes.
A equipe ficará entre 30 e 33 dias no mar. Cada atleta remará com intervalo de duas horas. Como o objetivo é bater o recorde de tempo de travessia do Oceano Atlântico e entrar para o Guiness Book, a viagem será desassistida, isto é, não haverá barcos de acompanhamento, disse Caê em julho passado.