A declaração foi feita durante uma visita às maternidades dos hospitais de Istambul para visitar os primeiros bebês do ano. Não demorou para que a fala do ministro fosse alvo de críticas nas redes sociais. "A maternidade não é uma carreira", reagiu a escritora turca Eli Saf no Twitter. "As mulheres turcas devem decidir por elas mesmas seu próprio caminho na vida".
A deputada opositora Aylin Nazliaka sugeriu que Müezzinoglu "deixasse de falar". "Há motivos ocultos por trás dessas declarações. Seu objetivo é converter as mulheres em cidadãs de segunda classe", escreveu na rede social.
Mas as críticas não mudaram o parecer do ministro, que reforçou sua opinião. "A maternidade não é uma carreira aberta a todos (...) é uma carreira indiscutível e sagrada", insistiu.
Acostumado dar declarações polêmicas, Erdogan protagonizou outra série de impropérios sobre a mesma questão - causando a indignação de integrantes do movimento feminista.
No final de novembro passado, o presidente turco declarou que a igualdade entre homens e mulheres era algo "contra a natureza" e ressaltou que o Islã "definiu um lugar para as mulheres: a maternidade".
No mês passado, o chefe de Estado, que defende com afinco um mínimo de três filhos por casal, comparou os métodos contraceptivos a uma "traição".
O islamo-conservador Erdogan, à frente do governo turco durante 11 anos antes de ser eleito presidente em agosto de 2014, é acusado com frequência de querer islamizar a sociedade turca e de limitar os direitos das mulheres.