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De acordo com Luciana, não existe uma idade padrão para liberar as meninas para pintar as unhas, enfeitar o rosto, usar batom, passar perfume ou depilar. A melhor opção é deixar para o mais tarde possível. “Por que estimular isso na infância?”, questiona. “É lógico que as crianças tentam imitar as mães, e não vejo problema em passar esmalte de vez em quando ou usar maquiagem para ir a uma festa à fantasia. Só não pode ser algo que faça parte da vida delas”, pondera. É sempre importante ouvir a opinião de um médico, seja pediatra, herbiatra ou dermatologista. Luciana, por exemplo, sugere que os pais expliquem que ainda não está na hora de usar esses produtos e tentem incluí-los nas brincadeiras, estimulando as filhas a maquiar e passar esmalte nas bonecas.

Nem os produtos infantis devem ser usados livremente, destaca o farmacêutico Gabriel da Silva Bastos, professor do curso de estética e cosmética do Centro Universitário UNA. É muito comum ver mães que compram para os bebês xampu, colônia, sabonete, condicionador, óleo, hidratante, talco etc., o que justifica casos de pele irritada precocemente. Aparentemente inofensivos, os sabonetes em barra próprios para crianças costumam ter um pH extremamente elevado. O ideal é que não ultrapasse 7, para ficar mais próximo ao pH da pele. “As mães acabam buscando algo para hidratar a pele do bebê, que fica irritada e ressecada muito em função de produtos próprios para crianças. Por ser infantil, não significa que faz bem para a pele”, destaca.
Geralmente, os cosméticos infantis são produzidos com menos componentes, em especial conservantes, para reduzir o risco de alergias. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda exige que eles passem por testes dermatológicos e sejam isentos de substâncias tóxicas. Na hora da compra, os pais devem ter o cuidado de escolher produtos que não sejam tão atrativos, com cor, sabor e cheiro de frutas, chocolate ou outro tipo de alimento. “Tente comprar os que tenham gosto ruim, se não, a criança pode comer e ficar intoxicada. Se falar que não pode ser ingerido, é melhor nem comprar”, orienta o farmacêutico. A Anvisa permite que os cosméticos contenham substâncias com gosto ruim (amargo) para que não sejam levados à boca.
PROTEJA A PELE DO SEU FILHO
» Evite sabonetes coloridos e com cheiro, porque eles costumam conter mais substâncias alergênicas. Além disso, não passe o produto por todo o corpo da criança para não retirar a gordura protetora da pele, o que aumenta a chance de alergias. Priorize as partes principais, como axilas e genitália.
» Deixe seu filho brincar na banheira apenas com água pura, para que o sabonete não fique tanto tempo em contato com a pele. Passe o produto na hora de sair do banho e enxágue em seguida com água limpa.
» Nos primeiros meses de vida da criança, substituta sabonete em barra por líquido. Apesar da desvantagem de não limpar profundamente, ele normalmente tem pH mais próximo da pele.
» Os hidratantes também dever ser sem cor e fragrância, para diminuir o risco de irritação. Caso a
criança não tenha a pele ressecada, não é recomendado usar o produto todos os dias.
» Usar perfume em crianças aumenta a probabilidade de reações nas vias respiratórias (rinite alérgica), pulmão (bronquite e asma) e pele (dermatite atópica). As colônias são mais indicadas porque geralmente são feitas à base de água e contêm poucos conservantes.
» Os esmaltes permitidos para crianças são à base de água, que saem sem necessidade do uso de acetona ou removedor. As substâncias voláteis presentes nos outros produtos podem ser alergênicos atá para adultos.
» Dê preferência aos protetores solares que não saem totalmente, deixando a pele branca. Como são feitos com fotoprotetores físicos, eles não são completamente absorvidos e causam menos toxidade.
» Não passe nenhum produto de adulto nos pequenos. Estudos tentam provar que o parabeno, um dos conservantes usados pela indústria, altera o desenvolvimento da criança, porque interfere no sistema endócrino.