Não são poucas as meninas que desde cedo querem se perfumar, pintar as unhas, usar maquiagem e passar creme hidratante. Pode até ser divertido, mas o hábito aumenta as chances de surgirem problemas precoces na pele. Nem mesmo os produtos infantis devem ser usados sem critério. Especialistas recomendam adiar ao máximo o contato das crianças com cosméticos para diminuir o risco de irritação e alergias.
A dermatologista Luciana Baptista Pereira, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), defende que os pais devem evitar que as crianças façam uso de cosméticos. Por ser mais fina e sensível, a pele delas tende a reagir às substâncias alergênicas. O mais comum é surgir vermelhidão, inchaço, coceira e descamação, sintomas que caracterizam a dermatite de contato, tipo de alergia que pode ser temporária ou duradoura. “Quanto mais precocemente entrar em contato com substâncias químicas, maior a chance de alergia no futuro. O sistema imunológico é estimulado ao longo do tempo”, informa. As crianças que fazem tatuagem de henna e ficam com a pele irritada provavelmente vão ter problema para pintar o cabelo na fase adulta. Isso porque o adesivo contém parafenilenodiamina, componente usado para mudar a cor, também presente nas tinturas.
De acordo com Luciana, não existe uma idade padrão para liberar as meninas para pintar as unhas, enfeitar o rosto, usar batom, passar perfume ou depilar. A melhor opção é deixar para o mais tarde possível. “Por que estimular isso na infância?”, questiona. “É lógico que as crianças tentam imitar as mães, e não vejo problema em passar esmalte de vez em quando ou usar maquiagem para ir a uma festa à fantasia. Só não pode ser algo que faça parte da vida delas”, pondera. É sempre importante ouvir a opinião de um médico, seja pediatra, herbiatra ou dermatologista. Luciana, por exemplo, sugere que os pais expliquem que ainda não está na hora de usar esses produtos e tentem incluí-los nas brincadeiras, estimulando as filhas a maquiar e passar esmalte nas bonecas.
Nem os produtos infantis devem ser usados livremente, destaca o farmacêutico Gabriel da Silva Bastos, professor do curso de estética e cosmética do Centro Universitário UNA. É muito comum ver mães que compram para os bebês xampu, colônia, sabonete, condicionador, óleo, hidratante, talco etc., o que justifica casos de pele irritada precocemente. Aparentemente inofensivos, os sabonetes em barra próprios para crianças costumam ter um pH extremamente elevado. O ideal é que não ultrapasse 7, para ficar mais próximo ao pH da pele. “As mães acabam buscando algo para hidratar a pele do bebê, que fica irritada e ressecada muito em função de produtos próprios para crianças. Por ser infantil, não significa que faz bem para a pele”, destaca.
Geralmente, os cosméticos infantis são produzidos com menos componentes, em especial conservantes, para reduzir o risco de alergias. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda exige que eles passem por testes dermatológicos e sejam isentos de substâncias tóxicas. Na hora da compra, os pais devem ter o cuidado de escolher produtos que não sejam tão atrativos, com cor, sabor e cheiro de frutas, chocolate ou outro tipo de alimento. “Tente comprar os que tenham gosto ruim, se não, a criança pode comer e ficar intoxicada. Se falar que não pode ser ingerido, é melhor nem comprar”, orienta o farmacêutico. A Anvisa permite que os cosméticos contenham substâncias com gosto ruim (amargo) para que não sejam levados à boca.
PROTEJA A PELE DO SEU FILHO
» Evite sabonetes coloridos e com cheiro, porque eles costumam conter mais substâncias alergênicas. Além disso, não passe o produto por todo o corpo da criança para não retirar a gordura protetora da pele, o que aumenta a chance de alergias. Priorize as partes principais, como axilas e genitália.
» Deixe seu filho brincar na banheira apenas com água pura, para que o sabonete não fique tanto tempo em contato com a pele. Passe o produto na hora de sair do banho e enxágue em seguida com água limpa.
» Nos primeiros meses de vida da criança, substituta sabonete em barra por líquido. Apesar da desvantagem de não limpar profundamente, ele normalmente tem pH mais próximo da pele.
» Os hidratantes também dever ser sem cor e fragrância, para diminuir o risco de irritação. Caso a
criança não tenha a pele ressecada, não é recomendado usar o produto todos os dias.
» Usar perfume em crianças aumenta a probabilidade de reações nas vias respiratórias (rinite alérgica), pulmão (bronquite e asma) e pele (dermatite atópica). As colônias são mais indicadas porque geralmente são feitas à base de água e contêm poucos conservantes.
» Os esmaltes permitidos para crianças são à base de água, que saem sem necessidade do uso de acetona ou removedor. As substâncias voláteis presentes nos outros produtos podem ser alergênicos atá para adultos.
» Dê preferência aos protetores solares que não saem totalmente, deixando a pele branca. Como são feitos com fotoprotetores físicos, eles não são completamente absorvidos e causam menos toxidade.
» Não passe nenhum produto de adulto nos pequenos. Estudos tentam provar que o parabeno, um dos conservantes usados pela indústria, altera o desenvolvimento da criança, porque interfere no sistema endócrino.
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De acordo com Luciana, não existe uma idade padrão para liberar as meninas para pintar as unhas, enfeitar o rosto, usar batom, passar perfume ou depilar. A melhor opção é deixar para o mais tarde possível. “Por que estimular isso na infância?”, questiona. “É lógico que as crianças tentam imitar as mães, e não vejo problema em passar esmalte de vez em quando ou usar maquiagem para ir a uma festa à fantasia. Só não pode ser algo que faça parte da vida delas”, pondera. É sempre importante ouvir a opinião de um médico, seja pediatra, herbiatra ou dermatologista. Luciana, por exemplo, sugere que os pais expliquem que ainda não está na hora de usar esses produtos e tentem incluí-los nas brincadeiras, estimulando as filhas a maquiar e passar esmalte nas bonecas.
Nem os produtos infantis devem ser usados livremente, destaca o farmacêutico Gabriel da Silva Bastos, professor do curso de estética e cosmética do Centro Universitário UNA. É muito comum ver mães que compram para os bebês xampu, colônia, sabonete, condicionador, óleo, hidratante, talco etc., o que justifica casos de pele irritada precocemente. Aparentemente inofensivos, os sabonetes em barra próprios para crianças costumam ter um pH extremamente elevado. O ideal é que não ultrapasse 7, para ficar mais próximo ao pH da pele. “As mães acabam buscando algo para hidratar a pele do bebê, que fica irritada e ressecada muito em função de produtos próprios para crianças. Por ser infantil, não significa que faz bem para a pele”, destaca.
Geralmente, os cosméticos infantis são produzidos com menos componentes, em especial conservantes, para reduzir o risco de alergias. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda exige que eles passem por testes dermatológicos e sejam isentos de substâncias tóxicas. Na hora da compra, os pais devem ter o cuidado de escolher produtos que não sejam tão atrativos, com cor, sabor e cheiro de frutas, chocolate ou outro tipo de alimento. “Tente comprar os que tenham gosto ruim, se não, a criança pode comer e ficar intoxicada. Se falar que não pode ser ingerido, é melhor nem comprar”, orienta o farmacêutico. A Anvisa permite que os cosméticos contenham substâncias com gosto ruim (amargo) para que não sejam levados à boca.
PROTEJA A PELE DO SEU FILHO
» Evite sabonetes coloridos e com cheiro, porque eles costumam conter mais substâncias alergênicas. Além disso, não passe o produto por todo o corpo da criança para não retirar a gordura protetora da pele, o que aumenta a chance de alergias. Priorize as partes principais, como axilas e genitália.
» Deixe seu filho brincar na banheira apenas com água pura, para que o sabonete não fique tanto tempo em contato com a pele. Passe o produto na hora de sair do banho e enxágue em seguida com água limpa.
» Nos primeiros meses de vida da criança, substituta sabonete em barra por líquido. Apesar da desvantagem de não limpar profundamente, ele normalmente tem pH mais próximo da pele.
» Os hidratantes também dever ser sem cor e fragrância, para diminuir o risco de irritação. Caso a
criança não tenha a pele ressecada, não é recomendado usar o produto todos os dias.
» Usar perfume em crianças aumenta a probabilidade de reações nas vias respiratórias (rinite alérgica), pulmão (bronquite e asma) e pele (dermatite atópica). As colônias são mais indicadas porque geralmente são feitas à base de água e contêm poucos conservantes.
» Os esmaltes permitidos para crianças são à base de água, que saem sem necessidade do uso de acetona ou removedor. As substâncias voláteis presentes nos outros produtos podem ser alergênicos atá para adultos.
» Dê preferência aos protetores solares que não saem totalmente, deixando a pele branca. Como são feitos com fotoprotetores físicos, eles não são completamente absorvidos e causam menos toxidade.
» Não passe nenhum produto de adulto nos pequenos. Estudos tentam provar que o parabeno, um dos conservantes usados pela indústria, altera o desenvolvimento da criança, porque interfere no sistema endócrino.