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De acordo com o relatório, violência e ferimentos provocados por acidentes de trânsito estão no topo da lista de causas de morte entre brasileiros com idade entre 15 e 49 anos, resultando em 72.373 vítimas em 2013.
Já entre indivíduos com 70 anos ou mais, a doença isquêmica do coração é a que mais mata. Quando o assunto é a mortalidade infantil, a principal causa de morte são complicações neonatais decorrentes de parto prematuro, responsáveis pelo óbito de 11.257 crianças até 5 anos.
O estudo aponta também que a doença de Alzheimer e o diabetes provocaram mais mortes no país em 2013 do que em 1990. O crescimento chegou a 200% e 143% respectivamente. Os óbitos provocados pelo câncer de pulmão aumentaram 92% no mesmo período.
O documento indica que, desde 1990, o Brasil registrou quedas consideráveis na mortalidade provocada por várias doenças que costumavam tomar muitas vidas no país. Um dos exemplos citados são as mortes decorrentes de doenças diarreicas, que caíram 82% entre 1990 e 2013, e das complicações neonatais decorrentes de parto prematuro, que caíram 74% no período.
Paulo Lotufo, professor da Universidade de São Paulo e um dos autores do estudo, avalia como positiva a queda da mortalidade geral no país, com declínio em praticamente todas as causas. Mas o que compromete o perfil brasileiro, segundo ele, é a presença de fatores externos como a violência e os acidentes de trânsito entre as principais causas de morte.
O pesquisador destacou que vizinhos sul-americanos como Argentina, Chile e Uruguai, ao contrário do Brasil, registram como principais causas de morte infarto, derrame e câncer, entre outros, sem que nenhum fator externo apareça entre os primeiros colocados. “Aqui, as causas externas e as doenças cardiovasculares, por exemplo, estão muito próximas e isso foge da assistência médica. Extrapola”.
O levantamento aponta que a expectativa de vida para mulheres brasileiras é 78,4 anos e, para os homens, 71,6 anos. Em 1990, a expectativa de vida para mulheres que viviam no país era 73 anos e, para os homens, 65,5 anos. Dos 188 países incluídos no estudo, o Brasil ficou com a 75ª posição no ranking de expectativa de vida para mulheres e na 80ª posição para homens.
“Com o aumento da expectativa de vida, aumentam as doenças relacionadas ao tempo de vida, como a esclerose múltipla, que está registrando mais casos no Brasil. O mieloma, um tipo de câncer da medula óssea, também está associado a pessoas mais idosas. Temos menos morte por infarto, AVC [acidente vascular cerebral] e câncer, mas vão aparecendo essas outras causas”, alertou.
Confira as principais causas de morte no Brasil em 2013 e em 1990, acompanhadas do número de óbitos:
Ano 2013
1. Doença isquêmica do coração (182.560)
2. Derrame (143.771)
3. Pneumonia (70.074)
4. Doença pulmonar obstrutiva crônica (62.961)
5. Diabetes (56.018)
6. Violência (50.306)
7. Doença de Alzheimer (47.776)
8. Ferimentos em acidentes de trânsito (46.311)
9. Doença crônica dos rins (31.873)
10. Câncer de pulmão (29.043)
Ano 1990
1. Doença isquêmica do coração (135.781)
2. Derrame (94.588)
3. Pneumonia (61.366)
4. Complicações neonatais decorrentes de parto prematuro (42.646)
5. Ferimentos em acidentes de trânsito (41.166)
6. Doenças diarreicas (36.947)
7. Violência (35.859)
8. Doença pulmonar obstrutiva crônica (34.007)
9. Diabetes (23.024)
10. Anomalias congênitas (17.076)