O teste de paladar contou com a participação de pessoas que sofriam com hipertensão arterial e indivíduos sem o problema (normotensos). Todos experimentaram pães com quantidades distintas de sal e de orégano. Nas provas, os hipertensos indicaram preferência pelos que tinham menos sal e eram temperados com a erva.
A nutricionista cogitou utilizar outros tipos de tempero, como cebola, alho e alecrim, mas o orégano foi escolhido para o experimento devido a sua popularidade. “Trata-se de um tempero mais comum. A aceitação seria maior e não interferiria no crescimento e na consistência do pão, o que poderia influenciar na escolha dos participantes”, explica Villela.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a ingestão diária máxima de até 5g de sal. No Brasil, o consumo pode chegar a 12g. Segundo a nutricionista, é impossível afirmar que uma pessoa se tornou hipertensa porque comeu muito sal, nem que ela come muito sal por tem pressão alta. “O que se sabemos é que o número de botões presentes nas papilas gustativas (responsáveis pelo reconhecimento do sabor) diminuem conforme a idade”, diz.
Participaram do estudo 60 idosos e 60 jovens. Metade dos integrantes de cada grupo tinha problema de pressão. Villela também observou uma tendência maior dos homens de preferirem os pães salgados, assim como os participantes que relataram ter o hábito de ingerir álcool. Não foi detectada relação entre a escolha do prato e o índice de massa corporal e o vício em cigarro.