Por volta de um terço dos pacientes não toma os medicamentos como deveria, reduzindo enormemente os benefícios potenciais e causando perdas econômicas para os serviços de saúde. Alguns se esquecem de tomar e outros param de ingeri-los porque não estão muito certos em relação aos efeitos e aos riscos do tratamento.
O estudo Interact, conduzido na Ingaterra, envolveu 303 pacientes que receberam prescrição para medicamentos de controle da hipertensão e/ou do colesterol. Eles foram divididos aleatoriamente em dois grupos: o de mensagem de texto, que recebia periodicamente recados em seus celulares, e o de controle, que não recebia os SMS.
Para o primeiro grupo, as mensagens chegaram todos os dias, ao longo de duas semanas; um dia sim e um dia não nos 15 dias seguintes e, então, semanalmente, por um período de seis meses. O texto perguntava se eles já haviam tomado o remédio. Os que não tinham ingerido ou não respondiam recebiam, então, um telefonema, perguntando se precisavam de alguma ajuda. No segundo grupo, 25% dos pacientes pararam de tomar os remédios ou tomaram menos de um terço do necessário, comparado a apenas 9% do outro grupo.
“Uma importante questão em relação aos medicamentos prescritos é o quanto os pacientes falham em acompanhar o tratamento. O resultado desse estudo mostra que mensagens de texto ajudam a prevenir esse problema de forma simples e efetiva. Mais do que uma simples lembrança, o texto fornece uma maneira de identificar pacientes que precisam de ajuda”, observa David Wald, cardiologista e principal autor do estudo. “Implicações para a saúde são consideráveis tanto da perspectiva econômica quanto do bem-estar do paciente. A maior parte das pessoas tem um celular, hoje em dia, e o envio de mensagens de textos deveria ser feito para cada prescrição relevante, prevenindo milhares de infartos e derrames a cada ano. O método não se limita à prevenção das doenças cardiovasculares e poderia ser usado para pacientes em tratamento de outras doenças crônicas”, avalia David Taylor, professor de saúde pública da Universidade Queen Mary de Londres.