Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é a principal causa de infecção respiratória em crianças

Em adultos, o VSR pode causar apenas uma gripe mais forte, mas, em crianças - principalmente bebês prematuros -, é perigoso

por Gláucia Chaves 04/12/2014 14:00

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Você está sentindo dores musculares, coriza, nariz entupido, tosse seca e espirrando muito? Pode até parecer gripe, mas existe uma grande possibilidade de ter sido infectado pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Mas calma: em adultos, o vírus não faz nada que o influenza, responsável pela gripe, não faça. O VSR, contudo, é a principal causa de infecção respiratória em crianças, especialmente as com menos de 2 anos. Para os prematuros, é devastador. De caráter sazonal, geralmente, ele circula no outono e no inverno (em países com estações bem definidas), mas não está relacionado a baixas temperaturas. No Brasil, é encontrado o ano inteiro.

O vírus não desperta a imunidade no organismo, como a catapora, por exemplo. Isso significa que o contágio pode acontecer várias vezes. “O último resfriado, que você teve há dois meses, pode até ter sido causado por ele”, exemplifica Patrícia Bezerra, infectologista do Instituto Médico Integra. “Em crianças pequenas, ele pode ser fatal.” A incidência do vírus é absurda. Em um estudo feito pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), pela Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), os especialistas acompanharam, por um ano, 303 bebês nascidos com idade gestacional de 35 semanas ou menos. O objetivo foi analisar a incidência de infecções graves no trato respiratório inferior associadas ao VSR, bem como identificar quais vírus estariam causando essas infecções.

Os médicos identificaram oito outros vírus respiratórios, além do VSR. Entre os quatro principais causadores de infecções, contudo, o VSR ficou em primeiro: 66,7% dos casos de hospitalização de bebês prematuros por problemas respiratórios foram causados por ele. O estudo, batizado de Brevi, foi publicado na edição de outubro do periódico Pediatrics Infectious Disease Journal e apresentado no 22º Congresso Brasileiro de Perinatologia, que ocorreu este mês em Brasília.

Valdo Virgo/CB/D.A Press
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