O vírus não desperta a imunidade no organismo, como a catapora, por exemplo. Isso significa que o contágio pode acontecer várias vezes. “O último resfriado, que você teve há dois meses, pode até ter sido causado por ele”, exemplifica Patrícia Bezerra, infectologista do Instituto Médico Integra. “Em crianças pequenas, ele pode ser fatal.” A incidência do vírus é absurda. Em um estudo feito pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), pela Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), os especialistas acompanharam, por um ano, 303 bebês nascidos com idade gestacional de 35 semanas ou menos. O objetivo foi analisar a incidência de infecções graves no trato respiratório inferior associadas ao VSR, bem como identificar quais vírus estariam causando essas infecções.
Os médicos identificaram oito outros vírus respiratórios, além do VSR. Entre os quatro principais causadores de infecções, contudo, o VSR ficou em primeiro: 66,7% dos casos de hospitalização de bebês prematuros por problemas respiratórios foram causados por ele. O estudo, batizado de Brevi, foi publicado na edição de outubro do periódico Pediatrics Infectious Disease Journal e apresentado no 22º Congresso Brasileiro de Perinatologia, que ocorreu este mês em Brasília.