Saúde

Selfies em rituais como casamentos e mesmo velórios viram febre que agrada a muitos e irrita outros tantos

Estar conectado é a marca do século 21, mas nos EUA já surge um movimento protagonizado por noivos e fotógrafos de casamento, chamado 'Unplugged wedding' (casamento desconectado)

Lilian Monteiro

Mulher que fez selfie (foto original) no velório de Eduardo Campos virou meme
A fisioterapeuta Mariana Scoralick-Guiscem Pardini faz sua selfie para registrar momentos importantes, como vestida de noiva, mas é avessa aos excessos
Não se sabe ao certo a data exata da criação do termo. O ano de 2005 fica registrado como o do nascimento da selfie, tendo como autor o fotógrafo, designer e ilustrador americano Jim Krause. O autorretrato, antes postado no MySpace, ganhou outra dimensão com o Facebook. Em 2013, o dicionário Oxford escolheu o termo como a palavra do ano por ter sido a mais procurada. Este ano, a foto tirada no Oscar pelo ator Brandley Cooper, ao lado de várias celebridades de Hollywood, foi a mais visualizada até o momento.


A foto com a câmera frontal dos telefones celulares ou qualquer outro eletrônico virou uma febre, se espalhou e caiu no gosto de milhões de pessoas. O autorretrato em momentos de descontração, divertidos, felizes, emotivos é legal e faz a alegria de quem curte. E não há nenhum problema nisso. Há quem se fotografe para exibir na rede para amigos, familiares ou para o mundo. Ou simplesmente faz a selfie para ter registrado um momento especial. O desejo é guardar a imagem de um instante único, de emoção.

Mas como tudo na vida, há sempre o outro lado: o da falta de limites. Para muitos, se tornou um vício e há quem não passe um dia sem postar sua imagem. Revelar o cotidiano, seja onde for ou onde estiver, é uma necessidade, física até. Um desejo compulsivo. O problema aparece quando não há discernimento ético ou moral com o excesso de exposição. Sem falar que a selfie sem filtro pode prejudicar ou interferir na vida de outras pessoas que têm aversão a esse comportamento. O descontrole chegou ao ponto de selfies sendo tiradas em velórios.

Nos Estados Unidos, surgiu um movimento protagonizado por noivos e fotógrafos de casamento, chamado 'Unplugged wedding' (casamento desconectado), que pede aos convidados para ficar algumas horas longe de seus smartphones e câmeras para curtir a cerimônia e, consequentemente, não interferir no trabalho de profissionais contratados para registrar o evento. Alertas do tipo “Por favor, vamos deixar nossos fotógrafos profissionais serem os únicos paparazzi durante nossa cerimônia…” são cada vez mais comuns.

Tema superatual, os atores Mateus Solano e Miguel Thiré, dirigidos por Marcos Caruso, estão em cartaz no Teatro Miguel Falabella, no Rio de Janeiro, com a comédia Selfie, até janeiro de 2015. Nela, eles discutem as relações que nascem e morrem na internet. Mateus chegou a declarar que “a peça é uma pequena caricatura do que a gente está vivendo. As pessoas esbarram no poste porque estão com a cara no celular”.

O Saúde Plena se propõe a discutir e alertar sobre os dois lados da selfie, o bom e o ruim. A fisioterapeuta Mariana Scoralick- Guiscem Pardini sabe muito bem a medida. Ela curte fazer selfie, mas é avessa ao excesso. “É legal, a foto é essencial e faz parte da vida de todos. Mas é preciso saber o que postar. Gosto dos momentos importantes, o noivado, uma viagem, encontros com amigos e a família. Agora, selfie só minha está no meu celular, só para mim. É pessoal, para registrar o meu momento.”

Momento único e pessoal

A selfie faz parte da vida atual e muitos dela não abrem mão. Sentem-se confortáveis com o autorretrato, curtem, compartilham, mas garantem saber a hora de dar um tempo

O analista Lenílson Lucas de Oliveira considera que as redes sociais e o hábito da selfie, da forma adequada e com respeito, são sensacionais
Por que as pessoas gostam tanto de tirar fotos de si mesmas? As mulheres curtem mais? Ou os homens seguem a mesma onda? O que tem de tão bacana na cultura da selfie? As irmãs Mariana Scoralick-Guiscem Pardini, fisioterapeuta, e Viviane Scoralick-Guiscem Freriths, advogada, realizaram o sonho de se casar no mesmo dia, uma união dupla nos dias 7, 8 e 9 deste mês, no Arraial do Conto, um resort em Codisburgo, na Região Central de Minas. Ao lado dos respectivos maridos, Rafael Pardini Seixas e Adam Freriths, elas decidiram distribuir câmeras para os convidados registrarem a cerimônia. “Eram câmeras descartáveis, de filme, para que cada um registrasse seu olhar”, diz Mariana. Não era selfie, que, aliás, chegaram a pedir aos mais próximos para evitar, não foi possível controlar.

“Felizmente, contamos com o bom senso. Tínhamos profissionais contratados e tudo deu certo. Aliás, acho que eles é quem têm de lidar com essa situação de etiqueta, de pedir aos convidados para evitar a selfie num determinado momento, para o anfitrião é difícil. Não tivemos do que reclamar, mas já presenciei deselegância por causa de selfie em casamentos e batizados. Não é legal”, conta Mariana.

Viviane é adepta da selfie para ter “o meu momento, individualizado, um registro de como me sinto naquele momento e que quero tê-lo guardado”. E ponto final, ela para por aí. “E depende da situação. Geralmente, é quando me sinto confiante, alegre e, mesmo assim, não faço muito. Acho ruim a exposição, o exagero, o querer inventar fotos, criar imagens diferentes... Acho que fica egoísta e é uma percepção errada essa necessidade de ter de postar foto a todo momento e feliz. Tenho outra leitura a esse respeito. Na verdade, acho que o sinal é de que nem tudo vai bem.” Para a advogada, a selfie não pode entrar no limite do outro. É preciso respeitar o momento, ser prudente e respeitoso. “No nosso casamento não atrapalhou. Tivemos selfies das pessoas que estavam felizes por terem sido convidadas e prestigiadas em nossa cerimônia e decidiram registrar e compartilhar aquela alegria.”

ITABIRA Desde os 16 anos, Lenílson Lucas de Oliveira, agora com 28, analista, é louco pelo mundo da tecnologia. Portanto, sempre gostou de todas as ferramentas. Ele confessa que nunca curtia tirar foto até surgir o celular. Desde então, não parou mais. Mas ele tem regras. “Depende da situação. Geralmente, são fotos minhas, com amigos ou de paisagens, dos lugares bonitos que descubro na cidade (ele é de Itabira é mora há cinco meses em BH). Dizem que palavras ditas e tempo passado não voltam, logo não vou perder uma oportunidade. Acordei, estou de bom humor e o dia bonito, tiro a foto e posto na hora. Mas tenho cuidado e presto atenção se estou em lugar público ou com mais pessoas, porque não quero me prejudicar nem quem está à minha volta. Não quero ser inconveniente.”

Lenílson enfatiza que as redes sociais e o hábito da selfie, da forma adequada e com respeito, são sensacionais. “Não sou viciado, já fiquei uma, duas semanas sem postar ou compartilhar nada. Moro longe da família e amigos, então as redes nos aproximam. É como se estivessem perto. Eles acompanham o que estou fazendo, descobrindo, é legal.” Usuário e com know-how na área de atuação, ele avisa: “É um meio de comunicação poderoso, mas é preciso ter cabeça para usar. Não é brincadeira”.

TESE Cínthia Oliveira Demaria, dona da Chá de Conteúdo, empresa de marketing digital, jornalista e formanda em psicologia, acaba de defender sua monografia: “Compartilhamento na rede social: Facebook e processos de construção da identidade”. Nela, Cínthia discute o objetivo de compartilhar e o que isso quer dizer. Para ela, é a necessidade de “aproximação e pertencimento”. O lado bacana é a “pessoa se valorizar, autopromover e se reconhecer”. No entanto, ela reconhece que, por outro lado, pode trazer dependência de exibir um lado perfeito o tempo inteiro. “Tem até patologias que a psicologia aos poucos identifica, como a criação de uma projeção de identidade. Há estudos sobre tendência de rejeição, supervalorização da personalidade, criação da dependência e identificação de casos de depressão.”

Para Cínthia, não há um lado negativo. É “meio-termo”, há mais benefícios na verdade. “Sustentar um perfil fake o tempo inteiro é prejudicial. É a sociedade do espetáculo, o querer se mostrar. Mas compartilhar é uma forma de visibilidade e, para quem gosta, é inevitável. Eu uso pessoal e profissionalmente. E vejo como uma forma de, no caso de uma selfie com um amigo, valorizar o outro, mostrar que ele tem importância para você. É um reconhecimento. De novo, é a rede de pertencimento, de dar relevância. Agora, é preciso saber usar.”

O MERCADO ESTÁ DE OLHO
Fabricantes de celulares já perceberam que a selfie veio para ficar e, com isso, formou usuários cada vez mais exigentes quanto à qualidade das câmeras frontais. A maior frustração era a baixa resolução oferecida pelos produtos ofertados no mercado, que priorizavam as câmeras traseiras. Mas, na lei da oferta e da procura, isso já mudou. Hoje, de olho nesse cliente, muitos fabricantes potencializam cada lançamento de aparelhos para que o usuário veja com exatidão seu enquadramento e o melhor ângulo para a selfie. Há vários celulares projetados com potência e alta qualidade para quem é viciado na autoimagem. Já é possível ter todos os recursos (tecnologia, alta resolução, flash com luz de LED, aplicativo com modos de realce de fotos faciais, retoque facial automático, modo panorâmico, estabilização ótica da imagem etc.) para caprichar na própria foto.


PARA SAIR BEM NA SELFIE
O fotógrafo do Estado de Minas Gladyston Rodrigues dá dicas simples e básicas de como se sair bem na selfie. Anotem aí!
» Um celular de qualidade, com câmara de no mínimo cinco megapixels de resolução
» A melhor distância é o braço esticado e com ângulo de cima para baixo. De frente e próximo ao rosto a imagem vai ficar chapada. Melhor de perfil
» Fique atento à luz, ela precisa ter incidência frontal
» Não esqueça de procurar um fundo bacana e, se for no espelho, tenha cuidado com o que pode aparecer
» Se a selfie for com um grupo, lembre-se de posicionar a galera no segundo plano


Marca da contemporaneidade

Gilda Paoliello - psiquiatra e professora, especialista em psicoterapia pela ABP/AMB

“As redes sociais são a marca da contemporaneidade, um caminho sem volta. É um instrumento fantástico, em tempo real, onde é possível comunicar-se com o mundo.O fato de poder compartilhar (no caso da selfie) com seus amigos, familiares e conhecidos, incluindo-os no seu momento de prazer, é bacana, agradável e carregado de afeto. Mas tudo que é demais vira veneno. O excesso significa desvencilhar do prazer para se transformar em compulsão de ser vista para sentir que existe. A pessoa passa a se sentir viva somente quando faz o registro e recebe a curtida. É uma alienação. E nesse contexto há ainda o outro lado, de quem se mantém fora da rede: o ficar fora é outro tipo de alienação, já que é um instrumento de comunicação fantástico. Ao ser pescado pela rede só é preciso ter cuidado no uso.”


Questão de etiqueta
Psicóloga explica que a febre da selfie é uma das questões da era pós-moderna em que o individualismo exacerbado, o narcisismo e a facilidade oferecida pela tecnologia fogem do controle

A internet lança um fenômeno a cada momento. Passageiro ou não, o certo é que quase tudo parece viral. Num primeiro instante há uma adesão assustadora, mas que logo cai em desuso, esquecimento ou as pessoas, simplesmente, se cansam. A selfie, ao contrário, mostra fôlego e há quem acredite que não sairá de cena tão cedo. Afinal, aparecer é o desejo da atual sociedade. Tirar foto de si mesmo (ou em grupo) é uma febre. Há quem ame e quem odeie. Quem ache legal ou insuportável. A popularização veio, claro, com celebridades e personalidades, logo seguida pelos mortais.

Psicóloga, psicoterapeuta humanista com foco nas relações afetivas, escritora e professora universitária, Renata Feldman lembra que vivemos numa época em que “as pessoas se colocam no centro e, já que não querem perder um segundo, o autorretrato é a ferramenta ideal. É a sociedade da espetacularização. Numa questão filosófica, é a necessidade de discutir não o ser ou não ser eis a questão, mas o mostrar ou não mostrar eis a questão”. E, claro, se mostrar de maneira sempre positiva, em locais e momentos felizes. Não há selfie de pessoas emburradas, deprimidas ou brigando. “O problema é que a felicidade postada nem sempre é real. É a sociedade da maquiagem, da pseudofelicidade. Nada contra o registro, mas sim contra o excesso.”

Renata lembra que a mania da selfie pode ser analisada a partir do culto ao prazer: “O hedonismo. A alta necessidade de afirmação que vem da autoestima em baixa que, na forma genuína, desperta o desejo de esconder, não de aparecer. Mas que no caso da selfie a ideia é a busca de elevar essa autoestima, tem a vaidade por trás e, por isso, a pessoa vai usar e abusar do recurso. Ela vai ter no olhar do outro a confirmação e a aprovação que busca”.

O que, a psicóloga lembra, é perigoso, “já que a pessoa fica refém do olhar do outro e perde seu eixo. Usada sem controle, a selfie cria uma dicotomia do aparente e do que é essência. As pessoas se esvaziam, se esquecem de viver e passam a se preocupar com o mostrar”. A partir desse comportamento instala-se o problema. “Ela não presta atenção na cerimônia de casamento, no filho na praia, que quer apenas brincar com ela ou fazer um castelo de areia... Mas a pessoa passa a não perceber essas coisas. Cria-se uma venda para o que é genuíno e legítimo.”
Para a psicóloga Renata Feldman, o problema é que a felicidade postada na internet nem sempre é real

IMEDIATISMO Ao postar a selfie, aguardar o “curtir” é automático, o que pode ter um viés com certa “hipocrisia, já que o fator amizade pesa e todos que participam daquela rede contam com elogios. Há um vínculo afetivo que o curtir é automático. Um comentário irônico, descabido ou jocoso pode causar estragos ou, simplesmente, ser deletado”. Renata lembra que quem é viciado nessa ferramenta chega ao ponto de querer resposta e elogio imediatos diante da foto postada, caso contrário vai viver uma frustração real. O que explica, de acordo com a psicóloga, o mundo viver do imediatismo, do delivery, da resposta em segundos do Google. “As pessoas estão cada vez mais independentes com seu prazer imediato e a selfie está ao seu alcance, é instantânea.”

E a privacidade, como fica? “Enxergo como saída o estabelecimento de uma etiqueta social para o uso da tecnologia”, propõe Renata Feldman diante de uma “sociedade imagética, que tem preguiça de ler textos maiores e a imagem é tudo”. Para ela, para não invadir o direito do outro é preciso ter um filtro de educação e respeito. “O celular é seu, mas cuidado com o ângulo, o lugar, quem está do lado, porque a imagem pode não ser só sua. E a liberdade de um termina onde começa a do próximo. O smartphone parece ter virado extensão do corpo das pessoas, é presença indispensável e viciante seja no restaurante, cinema, balada, show, teatro, praia, escola, trânsito, casamento, batizado ou velório. É preciso ter medida.”

SAIAS JUSTAS
» Em momento selfie, o presidente dos EUA, Barack Obama, aparece sorridente ao lado do premiê britânico, David Cameron, e da primeira-ministra da Dinamarca, Helle Thorning Schmidt, durante o funeral do ex-líder sul-africano Nelson Mandela, no Estádio Soccer City, em Johannesburgo. A cena foi registrada por Helle, com ajuda do chefe da Casa Branca. A imagem virou um dos assuntos mais comentados no Twitter.

» A atriz Luana Piovani publicou uma foto na sua conta do Instagram para mostrar uma espinha, mas quem roubou a cena foi um vibrador. Com o título “Maquiada, sem filtro e com espinha”, ela quis mostrar como é ao natural, sem maquiagem. O problema é que, sem perceber, a atriz deixou aparecer um vibrador no fundo da imagem. Comentários mil, críticas e elogios.

» Brenna Mitchell, uma jovem norte-americana, causou indignação nos internautas depois de ter publicado, no seu Twitter, uma selfie polêmica. A jovem aparece sorrindo durante visita ao campo de concentração de Auschwitz, na Polônia.

» Durante as comemorações do título da Copa das Confederações pela Seleção Brasileira em cima da Espanha, ainda nos vestiários do Maracanã, no Rio de Janeiro, o atacante Hulk postou uma foto no Instagram que acabou por revelar um companheiro pelado ao fundo do quadro. Ao lado do zagueiro Réver, Hulk aparece na fotografia segurando o troféu. No entanto, os jogadores não perceberam que o goleiro Diego Cavalieri estava nu no segundo plano da imagem.

» Selfie feita pelo jogador de beisebol do Boston Red Sox David Big Papi Ortiz durante visita à Casa Branca também causou polêmica. Na imagem, o presidente Barack Obama segura a camisa número 44 do time. Mais tarde a foto foi usada num anúncio da fabricante do celular de Ortiz, uma jogada de marketing e tanto. Depois do episódio, visitantes da Casa Branca são orientados a não tirar seus celulares do bolso. Um fotógrafo da Presidência se encarrega da foto de grandes grupos.

» Jogador da Seleção Brasileira e do Hoffenheim, da Alemanha, o armador Roberto Firmino cometeu uma gafe, no último dia 20, ao tirar uma selfie com a noiva Larissa Pereira. Na foto, publicada na conta do jogador no Instagram, Larissa aparece nua. Rapidamente, a imagem foi deletada, não sem antes viralizar pelas redes sociais. A imagem que vazou mostra ainda um comentário de Larissa no perfil do jogador: “Melhor cheiro do muuuuundo! Noite perfeita. Te amo tanto”.

TRAGÉDIAS
» Uma adolescente italiana morreu depois de cair de uma altura de cerca de 18m, numa tentativa de tirar uma selfie em cima de rochas pontiagudas no litoral de Taranto, na Itália.

» Xenia Ignatyeva, de 17 anos, caiu de uma ponte de 9m, em São Petersburgo, na Rússia, quando tentava tirar uma foto para postar nas redes sociais.

» Uma turista indiana morreu no Sul da Índia depois de ser pisoteada por um elefante quando estava tirando uma selfie com o animal durante um safári na floresta Munnar. Dipali, uma professora de 27 anos, estava em Kerala quando ocorreu a tragédia. Provavelmente, o animal não gostou da presença da mulher, a derrubou com a tromba e, ao cair, ela acabou embaixo das patas do paquiderme.

» A americana Courtney Sanford, de 32 anos, bateu o carro e morreu depois de postar uma selfie no Facebook. O acidente foi na Carolina do Norte. A última mensagem da mulher na rede social foi publicada às 8h33 e, um minuto depois, o serviço de emergência 911 recebeu a chamada de socorro. Na última publicação, Courtney compartilhou com seus amigos a satisfação por ouvir uma música do cantor Pharrell Williams: “A canção Happy me faz feliz”, escreveu ela no perfil da rede social. Logo depois da publicação, o veículo que a mulher dirigia atravessou o canteiro central de uma estrada movimentada e atingiu um caminhão de lixo. A motorista bateu com a cabeça e morreu na hora.

CORRA E CLICK LÁ
Um vídeo produzido pelos cineastas noruegueses da HigtonBros (o diretor foi Shaun Higton, de 31 anos) retrata a depressão causada pela idealização no ambiente digital. A ideia de que a vida de todo mundo é linda, feliz, divertida, sem problemas, enfim, perfeita, é estampada no vídeo. Para retratar como essas imagens postadas podem ser mentirosas, o quanto é falsa essa “realidade” e o que ela pode provocar ou ser aos olhos de quem apenas vê, os HigtonBros publicaram o vídeo “Whats on your mind?”. Vale muito assistir para pensar se a sua vida é tão pior ou melhor do que a de seus amigos na rede. É impactante, já que mostra o real problema da comparação entre essa vida editada das redes sociais e a que é real, do dia a dia. Click lá no YouTube e pense a respeito: whatsonyourmind.

ENQUANTO ISSO...
Belfie é a nova febre do momento

Com a velocidade que a internet se propõe, se não está com os dias contados, a selfie acaba de ganhar um concorrente. Agora, a mais nova onda da rede é a belfie. Uma modalidade da selfie, ela é para quem se cansou de fotografar o rosto e passa a clicar poses do bumbum. E tudo começa, mais uma vez, com as ditas celebridades. A primeira a puxar a fila e compartilhar na internet é a socialite americana Khloe Kardashian. Já adotaram a nova mania, recomendada somente para quem tem um derriere bonito e digno de ser mostrado, a modelo Candice Swanepoel e as cantoras Beyoncé e Rihanna.