Saúde

Instituto Butantan vai desenvolver soro para combater o vírus ebola

O medicamento usará como base a imunização de cavalos com o vírus da raiva

Mirelle Pinheiro

Epidemia de ebola já matou cerca de 5.200 pessoas no mundo
Uma nova esperança para cura do ebola será desenvolvida no Brasil. A possível resposta para o controle da epidemia será um soro elaborado pelo Instituto Butantan. O medicamento usará como base a imunização de cavalos com o vírus da raiva.


O diretor do instituto, Jorge Kalil, se reuniu com prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, na tarde dessa terça-feira (18/11), para discutir os últimos trâmites da assinatura de um contrato com o Instituto Nacional da Saúde dos Estados Unidos - que fará parceria com o Butantan na pesquisa. Se tudo ocorrer como planejado, em nove meses o novo soro poderá ser aplicado em humanos.

No processo, o soro de imunização de cavalos será modificado com a proteína do ebola. Testes serão feitos em cavalos e em macacos para comprovar a eficácia do novo medicamento.

Atualmente, o tratamento que apresentou melhor desempenho no combate ao ebola foi o coquetel ZMapp. O medicamento teve 100% de eficácia em macacos, mesmo em casos avançados de infecção. Testes em humanos foram feitos e, aparentemente, apontaram a desativação do vírus.

A droga ZMapp é uma mistura de três anticorpos que ativam o sistema imunológico para que o vírus seja eliminado. Apesar do favoritismo, não há medicamento suficiente disponível, uma vez que os anticorpos são cultivados em fábricas de tabaco e depois purificados, deixando o processo lento.

Cura
Uma auxiliar de enfermagem que sofria de ebola na Espanha foi curada após ficar internada pouco mais de um mês. A cura foi oficializada pela Organização Mundial da Saúde em setembro. Os médicos, no entanto, não deram detalhes do tratamento. Outra enfermeira americana também venceu o vírus em setembro.