Após uma descoloração, o cabelo fica extremamente enfraquecido, poroso e ressecado. Existem, porém, métodos mais saudáveis. Quando os fios são descoloridos com o cabelo úmido e um oxidante de baixo volume (20 é o ideal), obtém-se o mesmo resultado do que retirar a cor do cabelo com um oxidante com potência maior (60, por exemplo). O resultado é mais lento, porém mais saudável. É preciso respeitar a estrutura do cabelo e não agredir os fios.
Descolorir em casa não é o ideal. O cabelo pode cair e a cor nem sempre fica como o desejado. O estudante Vinicius Chozo, 22 anos, descoloriu sem ajuda. Ele garante que não sentiu a cabeleira “sofrer”. “Como o meu fio é grosso e liso, não senti muita diferença. Ele não ficou quebradiço nem sem brilho.” O rapaz não quis deixar os fios muito claros, mas sim num tom mais ruivo. E ficou satisfeito com o resultado.
Na busca por um descolorido perfeito, é necessário, sobretudo, seguir um planejamento. Para evitar que as madeixas sejam danificadas — e, em casos mais graves, até mesmo caírem —, é preciso um diagnóstico antes do procedimento. Existem consultórios de terapia capilar específicos para isso. O estético, portanto, anda de mãos dadas com o terapêutico. “Se eles andarem separados, vamos ter cabelos sem solução e danificados. Não adianta nada ser loiura e não ter saúde capilar”, justifica a terapeuta capilar Denise Braga. O diagnóstico passa pela identificação da estrutura dos fios e pela quantidade de sessões necessárias para atingir o resultado desejado.
A partir do momento que o cabelo é tingido, as hidratações também devem ser constantes. O primeiro passo é hidratar os fios e depois partir para a reconstrução, feita necessariamente por um profissional. Se o loiuro fica alaranjado ou os fios quebradiços, por exemplo, significa que houve uma falta de comunicação entre o cliente e o profissional.
O uso constante de procedimentos químicos pode também deixar o cabelo doente. Uma disfunção comum é a tricorrexis nodosa, que consiste na formação de nódulos esbranquiçados ao longo dos fios, fazendo com que se quebrem com facilidade nesses pontos. Algumas pessoas confundem esses nódulos com lêndeas (ovos de piolhos). Mas não se trata de uma parasitose. “Pode ser chamada também de ponta dupla e, geralmente, acontece em função de procedimentos químicos”, explica Denise Braga, que também é tricologista. Segundo ela, cortes terapêuticos e sessões antioxidantes podem salvar as madeixas. “Para reverter esse quadro, somente muitas sessões antioxidantes à base de vitamina E. O resultado vem em torno de seis aplicações.”
Quem não pode?
Crianças
Grávidas de até 14 semanas
Pessoas com altos índices alérgicos
Pessoas que estejam fazendo quimioterapia
Quem está usando algum medicamento forte
Contraindicações
Descolorir os fios de crianças e adolescentes não é indicado. Crianças podem desenvolver alergias graves e, segundo a terapeuta capilar Denise Braga, nessa fase da vida, o cabelo também está em desenvolvimento. “Não é um momento certo de usar química e mexer com a história desse cabelo. Pode provocar lesão no couro cabeludo e o fio pode nunca mais voltar ao normal. O cabelo, assim como o corpo, está evoluindo e precisamos respeitar a maturidade”, explica a terapeuta.
Ainda de acordo com Denise, o correto é fazer um teste de mechas 0antes de iniciar uma descoloração completa. “Os danos podem ser irreparáveis. O cabelo pode cair e nunca mais ter sua estrutura de volta. Quando um cabelo cai, é por falha humana. Falta de diagnóstico”, afirma.