A legalização da maconha na capital federal obteve 64,26% dos votos, contra 29,45% que rejeitaram o consumo recreativo da erva - limitado a 50 gramas - entre adultos maiores de 21 anos, a entrega (não a venda) de até 25 gramas, e o cultivo de no máximo três plantas em casa.
Na Flórida (sudeste), apenas 57,5% dos cidadãos apoiaram a legalização da cannabis para uso terapêutico, dos 60% necessários para a sua aprovação. Este estado só autoriza a utilização da substância para casos de epilepsia e câncer sob estrito controle.
Os estados do Colorado e Washington, situados no noroeste do país, foram os primeiros a aprovar nas eleições de 2012 a comercialização e a posse de pequenas quantidades de maconha para fins recreativos. A decisão da capital americana reforça o debate mundial já agitada pela decisão no início do ano do Uruguai de ser o primeiro país a regulamentar o mercado desta substância.
Fim da guerra
Os membros da campanha que promoveram o "sim" à legalização da maconha na capital dos Estados Unidos comemoraram a vitória como "um fim à guerra contra as drogas" no distrito de Colúmbia. "O distrito de Colúmbia foi o lugar onde a guerra contra as drogas nasceu e a proibição do uso da maconha foi o motor desta guerra. Hoje estamos desligando o motor", disse Malik Burnett, um militante. Burnett observou que a capital tem os números mais elevados de detenções no país relacionados com a maconha, afetando principalmente a população negra.
O diretor da empresa Marijuana Industry Group do Colorado, Mike Elliott, também comemorou o resultado ao ressaltar que "mais e mais pessoas percebem que faz sentido escolher legalizar, regular e taxar o comércio de maconha em vez de (escolher) os cartéis de drogas". "O Colorado está mostrando ao mundo que reformar as leis da maconha pode melhorar a segurança, a economia e as liberdades civis básicas", disse.
Os americanos também se pronunciaram sobre outros referendos durante esta jornada eleitoral. No Arizona, os habitantes votaram sobre a legalização do casamento homossexual, após o estado modificar há cinco anos a sua Constituição para especificar que um casamento se dá entre um homem e uma mulher. Alabama, Missouri e Washington votaram sobre legislações relativas ao porte de armas de fogo.