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O experimento teve como base dados de uma pesquisa anterior de um laboratório parceiro que também buscou decifrar a relação entre a voz e o distúrbio. O trabalho tinha análises das falas de seis pacientes diagnosticados com a doença em 2007, quando eles se sentiam deprimidos ou não deprimidos, e mostrava que elas eram distintas em características acústicas. “As alterações neurofisiológicas associadas com a depressão afetam a coordenação motora e podem interromper a precisão articulatória na fala”, justifica Carol Espy-Wilson, autora do estudo e professora do Departamento de Computação e Engenharia Elétrica da Universidade de Maryland, em comunicado à imprensa.
No novo estudo, foram analisados outros 35 pacientes que também manifestavam momentos de tristeza e alegria. Ao comparar a fala deles com os resultados da sondagem anterior, os cientistas encontraram pontos semelhantes em situações de tristeza relatadas por participantes de ambos os grupos. Quando os sentimentos de depressão eram mais fortes, a fala soava mais “suspirada” e lenta. A equipe também percebeu aumento de duas medidas acústicas— a jitter e a shimmer —, que medem a frequência e a variação de amplitude do som. Quando estão altas, podem resultar em uma voz rouca ou áspera.
Agora, os cientistas pretendem analisar com mais cuidado as características encontradas nas análises comparativas das vozes dos pacientes e repetir os testes em um número maior de participantes, comparando padrões de voluntários com e sem histórico da doença. A equipe acredita que, no futuro, um aplicativo de celular poderá ser criado para analisar a frequência da voz e ajudar no diagnóstico da depressão. “Há muita coisa a ser feita para chegar a esse teste e para que ele seja um instrumento útil. Temos que descobrir uma maneira de ajudar também as crianças que estão realmente em risco de depressão”, completa Espy-Wilson.