

A médica Danielli Ferraz se formou em medicina e se especializou em cardiologia, mas há nove anos resolveu trabalhar com clínica médica e antroposofia, que trata o ser humano de forma integral, levando em conta o corpo físico, o etéreo, o astral e o espiritual e cuidando de cada pessoa de acordo com suas peculiaridades. “Na medicina acadêmica, tratam-se todos os hipertensos da mesma forma, todos os diabéticos do mesmo jeito. Na antroposofia, a gente vê que uma doença atinge de forma distinta cada ser humano. Como a resposta a cada doença é individual, cuidamos de cada paciente como um ser humano individual”, explica a médica, que, além do consultório, atende os alunos dentro do Instituto Ouro Verde, orientado pela pedagogia Waldorf, que nasce do desenvolvimento das teorias baseadas na antroposofia.
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DIAGNÓSTICO GLOBAL
Para a clínica geral Maria Regina Reis Cançado, formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que fez especialização em antroposofia em São Paulo numa época em que ainda não existia oferta em Belo Horizonte, as pessoas que buscam a medicina antroposófica – que apesar de ser oferecida pelo SUS ainda não é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina –, querem tratamentos livres de efeitos colaterais, que sejam holísticos e abrangentes. “Se uma pessoa tem dor no estômago, a medicina convencional trata apenas do estômago. Na antroposofia, a dor de estômago é um sintoma e o médico faz um diagnóstico global da pessoa olhando para aspectos da vida como situação emocional e familiar. Ela tenta abordar tudo isso para avaliar o caso”, explica.
“A medicina antroposófica é como todo médico gostaria de tratar seu paciente. Usando os medicamentos alopáticos quando necessário, porque um médico antroposófico é um médico formado nas escolas tradicionais, mas abordando sintomas que usualmente não conseguem ser tratados com medicamentos convencionais, a não ser com remédios que causam efeitos colaterais muito adversos. É o caso de uma dor de cabeça ou de cólicas menstruais e TPM (tensão pré-menstrual)”, observa Ana Maria Araújo, clínica geral e especialista em saúde da mulher. De acordo com ela, a medicina antroposófica investiga o que ocorre no ritmo orgânico dessa mulher e usa medicamentos que vêm da natureza e são tratados com todo o respeito desde o cultivo até a colheita e o preparo. “Só um pensamento ampliado da medicina, que tem uma capacidade de entender o paciente de maneira mais ampla, pode ser eficaz para abordar certos sintomas”, sustenta.